Além das acomodações políticas realizadas este ano, o governador Paulo Câmara (PSB) terá que se debruçar, no início do ano que vem, sobre uma reforma administrativa maior. A reforma poderá atingir um terço do seu secretariado, envolvendo nomes que ocupam cargos diretamente ligados ao gabinete do gestor. No início de abril, secretários com cargos no Legislativo que irão buscar a reeleição e outros que pretendem disputar uma vaga na Câmara Federal ou na Alepe, terão que se descompatibilizar dos cargos de secretários. A reforma deverá atingir, também, a Prefeitura do Recife, porém em menor escala.
Do governo, devem deixar os cargos para concorrer à reeleição na Câmara Federal Sebastião Oliveira (PR, Transportes), Kaio Maniçoba (PMDB, Habitação) e Felipe Carreras (PSB, Turismo). O vice-governador Raul Henry, que acumula a secretaria de Desenvolvimento Econômico, deixará o cargo para disputar uma vaga de deputado federal. Sérgio Xavier (Rede, Meio Ambiente e Sustentabilidade) já informou que deixa o governo até o final do ano Ele aguarda um posicionamento do seu partido para definir se será candidato a algum cargo no próximo ano.
O chefe de gabinete, João Campos (PSB), filho do ex-governador Eduardo Campos, fará sua estreia nas urnas também disputando uma vaga na Câmara. E o secretário da Casa Civil, Nilton Mota (PSB), deve retornar à Alepe para concluir o mandato e disputar um próximo.
As alterações também ocorrerão em outras pastas, com quem não tem mandato mas está articulando uma candidatura. É o caso do secretário de Administração, Milton Coelho (PSB), que também pretende lançar seu nome para a Câmara Federal. João Suassuna, que está na Secretaria Executiva de Políticas para a Criança e Juventude, também deve disputar uma vaga na Alepe.
Entre as mudanças, a que mais afetar politicamente a gestão de Paulo Câmara é a saída de Raul Henry. “O assunto tem um calendário definido, que é o final de março. Estou me preparando para ser deputado federal”, afirmou o peemedebista. Raul explicou que, para o PMDB, não há espaço para duas vagas na chapa majoritária e a prioridade do partido é colocar o deputado federal Jarbas Vasconcelos como candidato ao Senado. O PMDB-PE está vivendo uma disputa judicial pelo comando da legenda com o recém-filiado senador Fernando Bezerra. Raul Henry se mostrou confiante na manutenção do seu grupo político à frente do partido. “Não há plano B”, disse.
Embora o quadro esteja definido sobre os nomes que estarão na disputa em 2018, o assunto ainda não está sendo tratado pelo governo, afirmam aliados de Paulo Câmara. “Isso está sendo encarado com normalidade por quem tem mandato”, disse Kaio Maniçoba. “O assunto ainda não está sendo debatido, nem para substituições”, pontuou Felipe Carreras. O mantra é corroborado por Nilton Mota. “Não se está falando disso ainda”, pontuou.
Na Prefeitura do Recife, a eleição deve exigir menos ajustes do prefeito Geraldo Julio (PSB). Até o momento, o único nome que se coloca na disputa é o secretário de Saneamento, Alberto Feitosa (PR). Deputado estadual licenciado, ele tentará a reeleição. “Ainda não acertei a data da saída com o prefeito. Fico até quando ele quiser. Mas serei candidato”, explica.
O nome da atleta Yane Marques, secretária executiva de Esportes, também foi cotado. Mas ela declina. “Não estou me colocando como candidata. Nem tenho essa pretensão”, diz. Principal articulador da gestão, o secretário de Governo, Sileno Guedes, chegou a mirar uma candidatura, mas abriu mão em um entendimento para seguir na presidência estadual do PSB.