Atualizada às 13h24
A escolha do candidato para representar o Partido Progressista no comando da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aparenta seguir para uma definição. Na segunda-feira (23) está prevista uma reunião na sede do partido para decidir os rumos do pleito. Porém, em reserva, integrantes da legenda já antecipam o resultado. Ao JC, parlamentares afirmaram que o consenso dentro da sigla é a indicação de Eriberto Medeiros (PP) para disputar a vaga.
A escolha teria sido motivada pela rejeição de parte da Casa à reeleição do deputado Cleiton Collins, líder da bancada, que assumiu interinamente a presidência da Alepe após o falecimento do ex-presidente Guilherme Uchoa. O novo presidente a ser escolhido em agosto terá um mandato tampão até dezembro. “Com Eriberto a eleição será mais fácil. Com Cleiton complica”, afirmou um deputado estadual.
Outro parlamentar justifica que a escolha do PP por Eriberto é para evitar um possível bate chapa e demais divisões internas. No entanto, diz, o nome de Cleiton não está descartado para a próxima legislatura. “Eriberto é, hoje, o nome do partido, porém, na próxima legislatura, sendo Cleiton experiente na Mesa Diretora, o encaminhamento será pelo nome dele à Presidência”, afirmou o parlamentar.
Em fala anterior às revelações dos correligionários, Collins afirmou que a situação no partido estava “pacificada”. “Estamos unidos para escolher um nome de consenso”. Ele complementa negando que haja desconforto com seu nome para a disputa. “Quem afirma que há rejeição quer, na verdade, causar intriga e divisão dentro do partido”.
Recentemente, o descontentamento com seu nome uniu até situação e oposição na tentativa de barrar a candidatura. Isso porque deputados de campos opostos concordam que Cleiton defende ideias muito conservadoras, o que prejudicaria a imagem da Casa com a população. “Existe um sentimento na Casa de rejeição. Isso se dá pela possibilidade dele dar viés religioso a certas temáticas. O caso LGBT é um exemplo”, afirmou um oposicionista recentemente.
Mesmo sendo do PP, Eriberto não é um nome histórico do partido, o que tranquiliza situação e oposição. Para parlamentares de outros partidos, a eleição de Collins representaria um eventual controle do presidente estadual do PP, Eduardo da Fonte, na Alepe. “O que está em jogo é a autonomia do poder Legislativo”, teme um governista.
Por meio de nota, Eriberto Medeiros afirmou que neste o momento, predomina na Alepe o "sentimento de respeito à proporcionalidade". Segundo ele, Eduardo da Fonte conduz o processo de forma "harmônica e democrática". O parlamentar descartou um embate dentro do partido e rumores de que a sigla teria negado dar a legenda para que ele disputasse um cargo na Câmara dos Deputados. "Na fase de troca de partido, escolhemos o PP porque ali temos vários amigos, como Eduardo da Fonte, tanto que, na campanha de 2010, fizemos dobradinha no Recife, e nunca houve ameaça de não nos dar legenda para concorrer a deputado federal", disse nota.