Em debate, candidatos atacam discurso de crise de Paulo Câmara

Os candidatos ao governo de Pernambuco participaram de debate na manhã desta terça-feira em Caruaru
Da editoria de Política
Publicado em 18/09/2018 às 11:54
Os candidatos ao governo de Pernambuco participaram de debate na manhã desta terça-feira em Caruaru Foto: Fotos: JC Imagem


Como esperado, o governador Paulo Câmara (PSB) esteve no centro das cobranças dos candidatos ao governo de Pernambuco, na manhã desta terça-feira (18), no debate da Rádio Liberdade de Caruaru, no Agreste do Estado. Enquanto o socialista manteve o discurso de que a crise econômica atrapalhou sua gestão, os adversários Armando Monteiro (PTB), Dani Portela (PSOL) e Maurício Rands (PROS) apontaram falta de liderança, de autoridade e de governança de Paulo. 

Armando, por exemplo, afirmou que enquanto Paulo "coloca a culpa na crise" estados vizinhos, como Paraíba e Alagoas, obtiveram resultados positivos nos índices de criminalidade. "Na verdade faltou comando, faltou gestão. Não se faz segurança sem valorizar policiais, o governo fracassou na segurança", afirmou o petebista. Armando ainda questionou o governador sobre as promessas de dobrar salário dos professores, do bilhete único, da construção de quatro hospitais e seis Upas.

"Sabemos que 2014 vivíamos um momento econômico diferente, foi a maior crise da história do País e aqui, no Estado, fizemos ajustes necessários para manter as contas em dia. Avançamos e vamos continuar avançando. Priorizamos áreas como água que nem estava nas promessas, na segurança criamos uma série de estruturas no Agreste", respondeu Paulo Câmara.

SEGURANÇA PÚBLICA

Ainda no quesito segurança, Maurício Rands disse que Pernambuco passa por um genocídio na gestão dos últimos quatro anos. "Não dá só para colocar a culpa na crise, conheço o Pacto Pela Vida porque converso com as pessoas. Pernambuco não pode ter cinco mil homicídios. O Estado tem um genocídio, a culpa é do modelo de gestão que não sabe identificar indicadores e os policiais não se sentem valorizados. Na nossa gestão, a segurança terá investimento e comando para as atividades de ressocialização. Vamos descentralizar e humanizar os presídios", afirmou. Rands disse que é preciso mais policiais e tecnologia e voltou a propor um fundo com recursos oriundos das multas de trânsito para mais inteligência policial.

Paulo Câmara rebateu: "O Pacto Pela Vida é uma política que segue todos os parâmetros de segurança, fizemos contratações no âmbito das polícias e os resultados estão vindo. São nove meses de redução de homicídios, estamos em todas as regiões baixando o número de homicídios, estamos num processo contínuo de redução. Maurício deveria conhecer o Pacto, foi secretário, as pessoas estão trabalhando", disse o governador.

Já a candidata Dani Portela, apontou que Paulo é responsável pelo governo de Michel Temer, já que o PSB foi a favor do impeachment de Dilma Rousseff e criticou as reformas do governo federal. "A reforma trabalhista é prejudicial, destrói direitos e rasga a carteira de trabalho. Essas pautas são de retrocesso que leva à mais profunda crise da história da democracia do Brasil", afirmou.

A candidata do PSOL ainda atacou a educação no Estado. Área que Paulo Câmara utiliza como vitrine do governo. "As pesquisas não refletem a realidade. Sou advogada de sindicatos de educação e a reclamação é que a escola da propaganda não é a da realidade. A promessa de dobrar o salário não foi cumprida, alguns seguimentos nem recebem piso, nenhuma escola deve valer menos, e nenhum aluno. Existe muita disparidade entre as escolas", afirmou.

PESQUISA

O governador Paulo Câmara, candidato à reeleição, manteve 33% das intenções de voto na pesquisa realizada pelo Ibope, em parceria com o Jornal do Commercio e a TV Globo, divulgada nessa segunda-feira (17). Já o senador Armando Monteiro oscilou e subiu um ponto percentual, de 24% para 25%, em relação ao levantamento anterior, do dia 5 de setembro. Os outros candidatos registram até 2% das menções na pesquisa, tendo oscilado dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais.

Todavia, as intenções de voto em Paulo no segundo turno caíram 14 pontos percentuais, segundo a pesquisa. O socialista tinha 55% e agora tem 41%. A queda de Armando foi de quatro pontos e a distância entre os dois diminuiu. O petebista foi de 41% para 37%. O percentual dos que votariam branco ou nulo subiu de 2% para 17%. Os que não sabem ou preferem não opinar aumentaram de 2% para 6%. 

Esta é a terceira rodada da pesquisa JC/Ibope/TV Globo, registrada no TRE com o protocolo 02931/2018 e no TSE com o número 01251/2018. Foram entrevistados 1.204 em 56 municípios de Pernambuco, entre os dias 14 e 16 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

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