O governador Paulo Câmara (PSB) se manifestou pela primeira vez na noite desta quinta-feira (13) sobre as demissões em massa de funcionários do Estaleiro Atlântico Sul, devido à rescisão do contrato da Qualiman com a Petrobras para a construção da Unidade de Abatimento de Emissões Atmosféricas (SNOX) na Refinaria Abreu e Lima (Rnest). O socialista disse que, para reverter a situação, deve buscar junto ao governo federal a viabilização de empreendimentos para o Complexo Portuário de Suape.
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"A gente tem que ver ações para a questão da infraestrutura de Suape, porque a gente tem parcerias com o BNDES, e a questão dos estaleiros. A gente sabe que tanto o Atlântico Sul quanto o Vard Promar têm expectativa de em 2019 terem novas encomendas. Então a gente tem que estar junto ao governo federal para cobrar para o estaleiro novos contratos para a Transpetro, coisas que estão andando bem. O Vard Promar está participando de licitações na Marinha", citou Paulo.
O governador lembrou que a Refinaria ainda tem o segundo trem a ser construído. "A gente vai buscar também fazer ofensivas para que esses empreendimentos saiam, porque é importante para a indústria naval essa consolidação e junto ao governo federal ver essa questão da Refinaria", contou Paulo.
Paulo esteve em uma reunião nesta quinta (13) com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), Dyogo Oliveira. Ele está em Pernambuco, e segundo o socialista, irá visitar a fábrica da Jeep, em Goiana e a fábrica da Aché Laboratórios Farmacêuticos, em Suape.
Em reunião com o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE), o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) confirmou a demissão de 500 a 600 trabalhadores, e o Vard Promar disse que planeja mandar embora outros 80 até o fim do ano.
O anúncio foi feito dois dias após a Petrobras ter recebido comunicado de rescisão de contrato da empreiteira responsável pela finalização do primeiro trem. Contratada em março do ano passado para terminar a obra da Unidade de Abatimento de Emissões Atmosféricas (SNOX) da Rnest, a Qualiman Engenharia e Montagens alegou que a petrolífera teria descumprido o contrato e acumulado um débito de R$ 104 milhões com a empresa. O cancelamento do contrato vai significar a demissão dos 1,2 mil funcionários da obra.