OPINIÃO

Igor Maciel: PSB planta Bolsonaro na oposição pra colher no futuro

PSB já deixou clara a estratégia que pretende utilizar nas eleições deste ano

Igor Maciel da Coluna Pinga-Fogo
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Igor Maciel da Coluna Pinga-Fogo
Publicado em 16/01/2020 às 16:15
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Igor Maciel*

O PSB já deixou muito clara a estratégia que pretende utilizar nas eleições deste ano. É algo como: sejam bem vindos a 2018 e à nacionalização do discurso para não ter que falar sobre os problemas locais. Mas, parece que a oposição não percebe isso. Uma regra básica do ensino escolar fundamental é não ligar para qualquer selo que alguém tenta colocar em você, afastar-se. Vale para todos os que tem mais do que oito anos de idade. Quando lhe inventarem um apelido, ignorem, não se mostrem incomodados, nem tentem responder, ou a "alcunha" o perseguirá para sempre. Ou até o fim de uma eleição se você for uns 40 anos mais velho.

Quando Geraldo Julio (PSB) vai pra comunidade de Roda de Fogo reclamar de Bolsonaro é porque espera que alguém aqui em Pernambuco lhe rebata. Até porque, Bolsonaro nem sabe onde ficar Roda de Fogo. Pra ele isso é uma novela antiga e só.

Dessa vez foi Marco Aurélio (PRTB), líder da oposição na Alepe, mas outros membros da oposição fazem o mesmo sempre que alguém do PSB critica o presidente. Isso importa como estratégia, porque trata-se de uma armadilha. Toda vez que alguém responde, cai na vala comum dos "apoiadores de Bolsonaro". Como Bolsonaro tem baixa popularidade por aqui, tudo isso vai ser utilizado na eleição.

Toda vez que o PSB falar em "turma de Bolsonaro", grupo de Bolsonaro", "defensores de Bolsonaro", ligando o atual presidente e suas declarações mais absurdas à oposição local, os títulos vão pegar e tirar votos do campo da oposição.

No xadrez, essa jogada é conhecida como uma variação do "Mate Pastor". Consiste em atrair o adversário para o seu campo do tabuleiro, abrindo fileiras que levem a Rainha a derrubar o Rei. Nas batalhas medievais, foi uma estratégia inglesa muito utilizada contra a França. Atraiam a cavalaria francesa pesada para um terreno enlameado, usando homens ingleses sem armadura rápido e aparentemente vulneráveis, enquanto arqueiros ingleses se posicionavam escondidos nas florestas. Era uma armadilha e os franceses sempre caíam. A oposição por aqui também cai nessa, quase sempre.

Igor Maciel é colunista de política do Jornal do Commercio*

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