A Samsung Electronics anunciou nesta quarta-feira (24) que tenta verificar as declarações de hackers alemães, que afirmam ter conseguido contornar o sistema de reconhecimento do novo Galaxy S8 por varredura da íris.
Com o lançamento deste smartphone inovador, a gigante sul-coreana esperava finalmente superar um dos piores momentos de sua história: a humilhante devolução mundial do seu Galaxy Note 7, que corria o risco de explodir.
No entanto, os pesquisadores do Chaos Computer Club (CCC), um grupo alemão fundado em 1981, compartilharam um vídeo em que parecem mostrar como se pode desbloquear o S8.
Eles desbloqueiam o aparelho não com a íris do proprietário, mas com uma fotografia do olho deste, usando uma lente sobreposta para reproduzir a curvatura do globo ocular.
"Uma fotografia em alta definição retirada da internet é suficiente", explica o porta-voz do CCC, Dirk Engling. "O que é irônico é que obtivemos os melhores resultados com as impressoras a laser da Samsung", ressaltou.
Ele acrescenta que a tradicional proteção com código PIN garante melhor proteção ao smartphone.
Um porta-voz da Samsung informou que a empresa abriu uma investigação.
A tecnologia de reconhecimento da íris foi "desenvolvida com testes rigorosos", declarou a Samsung em um comunicado. "Se há uma vulnerabilidade ou um novo método que coloca em risco os nossos esforços para garantir a segurança, nós responderemos o mais rápido possível", disse ele.
A devolução do Note 7 significou milhões de dólares em lucros perdidos, e a credibilidade da gigante sul-coreana, que foi forçada a emitir um pedido de desculpas e adiar o lançamento do S8, foi prejudicada.
No entanto, este novo modelo tem sido bem recebido desde o seu lançamento em abril.
Em 2013 o CCC garantiu ter conseguido hackear o sistema biométrico dos iPhone 5S da Apple.
"A impressão digital do usuário do telefone fotografada em uma superfície de um vidro foi suficiente para criar uma falsa impressão digital que permitiu desbloquear os 5S iPhone", explicou na época o Chaos Computer Club em um vídeo.
O porta-voz da associação explicou à AFP ser "muito fácil", mesmo para um iniciante, coletar uma impressão digital em um copo ou garrafa.
Ele considerou "completamente estúpido utilizar (para garantir a segurança de um dispositivo) algo que não pode ser mudado e que você deixa em todos os lugares".