Por dentro do carro elétrico

Recife já conta com um serviço de carros elétricos compartilhados e experimentamos como ele se comporta
Edilson Vieira
Publicado em 06/09/2015 às 11:42
Recife já conta com um serviço de carros elétricos compartilhados e experimentamos como ele se comporta Foto: JC Imagem


Usar um carro que não é seu e que não polui e nem faz barulho. Esse tipo de transporte, comum em muitas cidades europeias, agora está disponível no Recife. A capital pernambucana é a primeira cidade do País a contar com um sistema de carro elétrico compartilhado. Clientes cadastrados poderão utilizar um dos três modelos importados da China em deslocamentos curtos por bairros próximos ao Centro do Recife.

O carro tem dois lugares. É pequeno, mas não é apertado para o motorista e passageiro. Tem ar-condicionado, rádio AM/FM e vidros elétricos. A direção é mecânica e um tanto áspera para quem está acostumado com sistemas hidráulicos. Quando gira-se a chave de contato a única forma de saber que o motor está ligado é pela luzinha com a palavra “READY” (pronto) que acende no painel. O único barulho emitido é um zumbido baixinho, quando o carro é acelerado. A seleção das marchas se faz por meio de botões no painel e são as mesmas de um carro automático: “D” para dirigir, “N” para neutro e “R” da marcha ré.

A aceleração é vigorosa, como em todo carro elétrico, por isso é bom se acostumar a frear antecipadamente. Outro cuidado é lembrar que, por não fazer barulho de motor, muitos pedestres que gostam de caminhar pela rua não percebem a aproximação do carrinho. Aí é ter paciência e usar a buzina. O veículo é monitorado o tempo todo pela central da Serttel (empresa pernambucana responsável pela tecnologia de compartilhamento) e conta com seguro para terceiros, em caso de acidentes. O modelo é próprio para uso urbano com motor de 9 KW, que equivale a 12 cavalos de potência. A autonomia é de 120 quilômetros, mas o motorista não precisa se preocupar com o risco de falta de energia. A carga é mais do que suficiente para todo um dia de uso e pelo monitoramento a central sabe se a bateria está próxima de descarregar. Os carros são carregados à noite, depois de recolhidos pela Serttel.

A sensação da reportagem é que o Zidhou satisfaz como opção de transporte para pequenos trajetos no Recife. Nas ruas, durante o teste, despertou a simpatia e curiosidade do público. Para usar os carros compartilhados no Recife é preciso se cadastrar no site www.portoleve.org. Paga-se R$ 30 por mês mais R$ 20 por cada viagem de até meia hora de duração. Depois disso mais R$ 0,75 por minuto porque a ideia é evitar que o condutor fique rodando com o carro o dia todo. Levando um carona o preço da viagem cai pela metade.



A ideia do carro compartilhado nasceu em 2013 quando a Serttel, empresa de tecnologia, e o Porto Digital estabeleceram um acordo para desenvolver soluções de mobilidade. O primeiro fruto da parceria foi o sistema de bikes compartilhadas que já soma 800 bicicletas disponíveis em 80 estações do Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. No caso dos carros, a opção por um modelo chinês surgiu porque, segundo Angelo Leite, presidente da Serttel, nenhuma montadora instalada no Brasil que possui carros elétricos quis participar do projeto. O carrinho da Zidhou, diz Angelo, é homologado para rodar na Europa.

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