Quem é que não gosta de viajar? Arrumar as malas, pegar a estrada e dar um tempo nos problemas do dia-dia para curtir o que ela tem de bom a oferecer. Mas uma hora a farra acaba e você tem que voltar ao batente pois “alguém tem que trabalhar”, né verdade? Sim, mas, sempre tem quem leva a sério demais essa história de viajar e decide largar tudo para andar pelo mundo por vários dias. Alguns classificam esse tipo de pessoa como mochileiros ou viajantes. Em casos extremos pessoas largam tudo para morar no carro e rodar sem destino traçado.
É o caso do venezuelano Osvaldo Sagues, um comerciante de 56 anos que largou a família e os negócios na terra de Nicolás Maduro para percorrer milhares de quilômetros pelo mundo. Ele conta que deixou também os negócios da sua empresa, a Saquimsa, especialista em fornecer equipamentos para lava-jatos na Venezuela. As viagens ficam ainda mais divertidas ao lado da cachorrinha Emi, com quem Osvaldo tem uma forte amizade há quase três anos. Emi está totalmente adaptada à nova residência e faz questão de acompanhá-lo nas estradas. Pai de três meninos, o venezuelano conta que a ideia de se aventurar nasceu no ano de 2009 quando ele decidiu conhecer toda a Venezuela.
Após rodar vários quilômetros no país de origem, ele tomou coragem e foi em busca de novas aventuras na estrada. Há cinco meses começou uma viagem para conhecer toda a América. Entrou no Brasil por Roraima, passou por Manaus, Belém e mais um monte de lugares inusitados, segundo ele. “Já rodei 7.500 km desde que deixei a Venezuela, conta o aventureiro que já está desbravando o nosso País há cinco meses e acabou de passar pelo Recife, onde conversou com o Para poder realizar o sonho de viajar pelo mundo Osvaldo precisou se desfazer de duas das três Kombis que tinha e assim ter dinheiro para investir na empreitada. O modelo usado na viagem é de 1993 e, apesar da idade, não costuma dar dor de cabeça ao proprietário. O venezuelano adaptou o veículo para que se tornasse sua residência móvel. A cama fica no teto, que se abre e vira um mosqueteiro e permite a entrada do ar. Por dentro, onde ficavam os bancos, ele montou uma pequena cozinha e o espaço para Emi se acomodar. A Kombi está nas mãos do venezuelano há oito anos e mantém a mecânica de fábrica. O custo para adaptar o veículo foi alto, cerca de 6 mil dólares, algo perto de R$ 20 mil. Na hora de dormir, o viajante procura um posto de gasolina como ponto de parada. É o momento em que muitas pessoas pedem para tirar fotos de sua Kombi. Para ajudar nas despesas das viagens, o venezuelano vende adesivos personalizados feitos por ele mesmo. O preço é bem baixo, três por R$ 10. Mas ele garante que vende bem e consegue juntar um bom dinheiro. “É uma forma de conseguir o suficiente para colocar combustível”, conta.