Quando o governador Paulo Câmara (PSB), baseado em lei, mandou que a polícia prendesse organizadores de uma manifestação em Recife que estavam colocando em risco a vida da população, foi chamado de fascista.
O adjetivo partiu dos dedos nervosos de um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o "zero três", Eduardo. Curioso que, agora, 48h depois, o ministro da Justiça Sérgio Moro assina, junto com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, uma portaria em que determina prisão de qualquer pessoa com suspeita direta de coronavírus ou que concorra para disseminar o vírus.
O deputado Eduardo Bolsonaro precisa colocar os ministros do pai na mesma caixa, então.
Pelo critério dele, fascistas.
Aliás, se a portaria interministerial tivesse sido publicada desde a semana passada, como fizeram governadores e prefeitos que já tinha a dimensão da própria responsabilidade nos eventos que se avizinhavam, talvez tivéssemos um número menor de infectados. Talvez até o presidente tivesse sido preso também. Um absurdo. Como foi absurda a cena dele abraçando as pessoas e incentivando que fossem às ruas no domingo.
É bom que se saiba, Bolsonaro avisou que vai fazer uma festa de aniversário no próximo sábado. Não está nem aí se aglomerações aumentam a disseminação da doença. É importante que enviem ao presidente a Portaria.
Aproveitem e coloquem no envelope o número de mortos até agora. Pra ver se ele entende que é sério.