Portaria de ministros sobre coronavírus seria chamada de fascista por Eduardo Bolsonaro?

Bolsonaro avisou que vai fazer uma festa de aniversário no próximo sábado. Não está nem aí se aglomerações aumentam a disseminação da doença. É importante que enviem ao presidente a Portaria
Igor Maciel
Publicado em 17/03/2020 às 16:38
Deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República Foto: Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados


Quando o governador Paulo Câmara (PSB), baseado em lei, mandou que a polícia prendesse organizadores de uma manifestação em Recife que estavam colocando em risco a vida da população, foi chamado de fascista.

O adjetivo partiu dos dedos nervosos de um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o "zero três", Eduardo. Curioso que, agora, 48h depois, o ministro da Justiça Sérgio Moro assina, junto com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, uma portaria em que determina prisão de qualquer pessoa com suspeita direta de coronavírus ou que concorra para disseminar o vírus.

O deputado Eduardo Bolsonaro precisa colocar os ministros do pai na mesma caixa, então.

Pelo critério dele, fascistas.

Aliás, se a portaria interministerial tivesse sido publicada desde a semana passada, como fizeram governadores e prefeitos que já tinha a dimensão da própria responsabilidade nos eventos que se avizinhavam, talvez tivéssemos um número menor de infectados. Talvez até o presidente tivesse sido preso também. Um absurdo. Como foi absurda a cena dele abraçando as pessoas e incentivando que fossem às ruas no domingo.

É bom que se saiba, Bolsonaro avisou que vai fazer uma festa de aniversário no próximo sábado. Não está nem aí se aglomerações aumentam a disseminação da doença. É importante que enviem ao presidente a Portaria.

Aproveitem e coloquem no envelope o número de mortos até agora. Pra ver se ele entende que é sério.

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