Apesar de Bolsonaro continuar com discurso político, reunião de ministros mostrou que o Executivo funciona. Finalmente.

Ministros mostraram união, estão trabalhando juntos e com discurso alinhado, o que é uma boa novidade dos últimos dias
Igor Maciel
Publicado em 18/03/2020 às 17:30
Tem uma equipe lá dentro, ao que parece. Foto: Foto: José Cruz/Agência Brasil


Definição de prioridade: condição do que é primeiro em tempo, ordem, dignidade. Caso alguém pedisse a Jair Bolsonaro (sem partido) que definisse prioridade hoje, a resposta dele seria: garantir que o Jornal Nacional fale do panelaço a favor dele próprio na edição do dia.

O presidente chegou a dizer que assistiria o telejornal que nunca assiste, pra ver se eles iriam falar. Falou nisso três vezes, durante uma coletiva de imprensa para tratar sobre coronavírus, enquanto tentava mostrar que está preocupado com a pandemia.

Apesar de todos os ministros terem sido orientados a dizer que o presidente estava sempre preocupado, o discurso do presidente foi político. Bolsonaro relativizou todos os erros que cometeu desde o início e ainda piorou a situação ao dizer que foi confraternizar com manifestantes no domingo e que ninguém se surpreendesse caso ele fosse visto andando num metrô lotado em São Paulo, por exemplo.

A ficha de Bolsonaro sobre o coronavírus realmente caiu, mas ele continua não entendendo, ou fingindo que não entende, a importância do exemplo de um presidente da República. Se entendesse, estaria dizendo para as pessoas não andarem de metrô e não se aglomerarem, ao invés de querer fazer companhia a eles.

Bolsonaro foi, é preciso que se diga, correto e honesto em uma resposta, quando disse que o panelaço, convocado para esta quarta-feira (18) contra ele, seria uma “expressão natural da democracia”. É preciso reconhecer também que Bolsonaro resolveu dar o tom de importância que o momento merece.

A união do governo foi demonstrada. O discurso dos ministros está bem alinhado. Finalmente temos um trabalho conjunto, ao invés do empenho de um cavaleiro solitário, que é o que Mandetta vinha sendo.

Aguardar que as medidas sejam efetivas agora. As medidas econômicas, para ajudar trabalhadores informais, por exemplo, serão essenciais. Ou teremos fome e miséria agudas nas próximas semanas.

O momento deve ser de união, porque o futuro é de muita incerteza. O governo precisa resolver essas questões.

Independente de Bolsonaro, o Executivo funciona o que é uma novidade dos últimos dias.

Já é uma ótima notícia.

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