Era muito cedo pra dizer que os Bolsonaro não teriam como culpar a esquerda pela própria falta de ação. É difícil identificar essas possibilidades porque as sinapses ocorridas ali fogem de sentido lógico. Mas eles sempre correm pra culpar alguém.
Eduardo Bolsonaro (PSL), deputado com o maior número de votos em todo o Brasil na eleição de 2018, resolveu que a culpa pela crise não é do pai dele. A culpa, segundo Eduardo, é da "China comunista”.
Apesar da conexão neural do zero três ser estranha, é esperada.
Conheci um bom gestor que usava a seguinte frase para rebater essas situações: “Se a culpa for minha, boto ela em quem eu quiser”. É a regra do incompetente.
Coube ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), pedir desculpas à China. Coube a Rodrigo Maia, mais uma vez, cumprir o papel que deveria ser do chefe do Executivo.
Quem pede desculpas para todos os que já foram atacados pelos Bolsonaro com o mesmo objetivo, o de fugir da própria responsabilidade?
Quem pede desculpas ao próprio Rodrigo Maia por ser atacado diariamente? Maia é atacado todos os dias apenas por assumir a responsabilidade que deveria ser de Jair Bolsonaro.
O mais triste de toda essa situação é ver o presidente e seus filhos utilizando bandeiras importantes do liberalismo e do conservadorismo enquanto deturpam seu sentido.
O Brasil teve a chance de mudar sua cultura política e trabalhar para o futuro com uma visão mais ampla, visando o bem comum e o desenvolvimento do País.
Ao invés disso, os Bolsonaro resolveram ser uma versão familiar do que Lula já era: um populista, agitador e falacioso. É uma pena.