Durou pouco. Jair Bolsonaro passou a quinta-feira (02) desdizendo tudo o que disseram sobre ele após os oito minutos de pronunciamento da última terça-feira (31).
Amanheceu defendendo o discurso de uma mulher que pedia o Exército nas ruas para abrir o comércio na força, parou para fazer transmissão de conversa com apoiadores em que diz que os governadores estão disputando pra ver quem é mais “papaizão” do povo, voltou a citar histeria e nega que tenha mudado o tom em relação à crise.
Bolsonaro chama governadores de radicais e volta a defender a reabertura do comércio
Ainda deve achar que é uma gripezinha.
Esta quinta-feira é a mesma em que o coronavírus alcançou marcas tristes para o mundo. Já temos mais de um milhão de casos registrados e mais de 50 mil mortes.
Não durou muito, porque, ao que parece, Bolsonaro é incapaz de encarar o bom senso por mais do que 48h sem espancá-lo.
Hoje, em nova entrevista das que ele só dá para a imprensa que, como o próprio presidente disse, concorda com ele, o presidente fala para o jornalista Augusto Nunes na Jovem Pan, novamente para criticar os governadores e os que defendem isolamento social.
É o mesmo Bolsonaro cujo governo ainda não conseguiu, até hoje, pagar o dinheiro para os informais, como vários outros países já fizeram.
A verdade é que temos duas crises em vigor, no Brasil.
A crise do coronavírus é combatida pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A crise econômica está sendo combatida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Bolsonaro, apesar de ser o chefe deles, não entende nada do que está acontecendo, pensa só na própria sobrevivência.
Bolsonaro é só o sujeito que sapateia nos intervalos das apresentações equilibrando uma caneta Bic na ponta do nariz.
Uma terceira crise pode estar sendo contratada. Um processo de impeachment, quando o Brasil ainda estiver juntando os cacos do tal "resfriadinho".
Aí sim, Bolsonaro será o ator principal.