Há um um poema que circula bastante na internet, sobre a necessidade de reagir às agressões desde o início, para não deixar que elas se multipliquem pelo seu silêncio. É algo assim:
Pois bem. Toda blogueira de instagram e youtuber já postou isso alguma vez na vida. Os ministros do STF, pelo jeito, nunca viram. É um poema do brasileiro Eduardo Alves da Costa, escrito nos anos 60 e por muitos anos atribuído ao poeta russo Vladimir Maiakovski nessas confusões que a internet faz, às vezes de propósito, às vezes sem querer.
É difícil ser mais claro que o poema. Não é difícil de entender. E é bom que fique claro para o Congresso Nacional e para todas as instituições sérias desse País. As contínuas notas de repúdio tornaram-se piada nas redes sociais, mas simbolizam a falta de reação perante crimes sendo continuamente cometidos. A demora para que se prendesse a tresloucada Sara Winter (que, na verdade, se chama Geromini) é um exemplo claro disso.
Ativista bolsonarista Sara Winter é presa pela Polícia Federal
Antes dela, imaginava-se que ameaçar um ministro do STF e até as pessoas que trabalham para ele seria motivo de prisão em questão de horas.
Depois dela, sabe-se que pode demorar semanas e talvez alguém tenha que fazer um ataque ainda mais pesado para que a Corte e a Polícia finalmente se mexam.
Quanto mais se demora em tomar um atitude, mais impactante essa atitude precisa ser. A Justiça fez somente agora o que deveria ter feito há quase duas semanas. E agora isso é insuficiente.
O Supremo Tribunal Federal foi atacado. O rosto do herói sangrou e todo mundo viu. Agora, todos os bandidos sabem que ele pode ser atingido. Os poderes da República não podem sangrar sem que o revide seja exemplar.
Nota de repúdio não pode virar trilha sonora de comédia.