Como as operações da Polícia Federal no Recife impactam na campanha de João Campos?

Alguns socialistas acreditam que a participação de Geraldo Júlio na campanha terá que ser avaliada de acordo com o avanço das investigações, embora apostem que ele não será atingido diretamente
Igor Maciel
Publicado em 16/06/2020 às 10:43
"Certamente de julho para agosto vai ter uma definição por parte da frente popular que pode sim definir pelo meu nome para disputar a eleição", diz João Campos Foto: Guga Matos/ JC Imagem


Dentro do PSB já existe uma preocupação com as seguidas operações da Polícia Federal e como isso pode atrapalhar a campanha de João Campos (PSB) à Prefeitura do Recife. Ninguém duvida que as ações da PF serão utilizadas na campanha, mas todos sabem que seria mais fácil reagir aos ataques se o próprio Geraldo Júlio (PSB) fosse candidato à reeleição. Não será o caso.

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Tendo o próprio prefeito como candidato, toda resposta seria também defesa e promoção ao mesmo tempo. Facilita as coisas. O efeito de apanhar para crescer não se dá quando a defesa é terceirizada, quando você apanha pelo colega e precisa defendê-lo.

Ainda mais por se tratar de João Campos, com sua inexperiência sendo colocada à prova 24h por dia enquanto durar a campanha. Fosse uma eleição comum, sem inquéritos policiais, o jovem deputado poderia apenas mostrar seu valor e tentar convencer o eleitor de que, mesmo não completando dois anos do primeiro mandato da vida, teria condições de governar uma capital cheia de problemas e desafios como o Recife. E mais, Geraldo Júlio surgiria apenas como fiador dessa narrativa.

Com as suspeitas sobre as compras da Prefeitura, será preciso avaliar a que distância Geraldo Júlio terá que ser mantido, porque o que poderia ajudar também pode atrapalhar. Tudo vai depender do andamento das investigações.

E mais, tendo que responder o tempo todo sobre as compras problemáticas da gestão, vai sobrar tempo para se mostrar capaz de governar a cidade? Ou a estratégia vai ser buscar distanciamento de Geraldo Júlio e dizer que não responde pela gestão atual? O que, tecnicamente, é verdade.

Mas aí sobraria como argumento de campanha apenas um curto período como congressista e o sobrenome do pai.

Será suficiente?

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