Comissão Parlamentar de Inquérito você sabe como começa e nunca sabe como termina. A frase sobre as CPIs brasileiras é bem conhecida. Mas dá pra saber, sim, o rumo que ela vai tomar desde o início. A formação é importante. Quantos membros são de oposição e quantos são de governo? Isso já indica a direção.
A CPI da Pandemia criada em Brasília está dividida entre focar na responsabilidade política de Bolsonaro ou na financeira, dos governadores e prefeitos pelo Brasil. O presidente da República tem intenção de jogar a carga nos estados. Se terá força para isso, é outra questão.
Como tudo o que Bolsonaro toca costuma se tornar tóxico, tende-se a acreditar que as cobranças dele sobre os estados são ausentes de sentido. Não é verdade. Ao menos 11 governadores estão sendo investigados e dois, inclusive, foram afastados, no RJ e em SC.
A intenção do presidente é questionável, porque tenta escapar da própria responsabilidade, mas o objeto da reclamação, não.
Em MG, por exemplo, há uma CPI estadual contra Romeu Zema (Novo). No Amazonas, Wilson Lima (PSC) se prepara pra enfrentar a segunda CPI em um ano.
Pernambuco não está nessa lista, ainda. Mas a pressão da CPI nacional pode fazer com que esses questionamentos, que já preenchem o trabalho de deputados estaduais como Priscila Krause (DEM) e Alberto Feitosa (PSC) na Assembleia Legislativa de Pernambuco, ganhem força por aqui.
É esperar pra ver.