Se um dos motivos (sabe-se que há vários) para Geraldo Julio (PSB) não ser o candidato ao governo do Estado é, mesmo, uma briga com o governador Paulo Câmara (PSB), então a eleição do sucessor pode acabar se transformando numa vitória pessoal do atual governador, independente de quem seja o escolhido para disputar.
Quando Paulo foi candidato à reeleição, iniciou o ano de 2018 com uma rejeição que beirava os 60%. Via-se a posição dele tão frágil que isso acabou abrindo uma disputa na oposição. Todo mundo queria ser candidato, porque todo mundo tinha certeza que, disputando, estaria eleito.
Não se pode negar a contribuição do próprio Geraldo na campanha, mas a vitória foi de Paulo, que precisou superar suas próprias limitações, além de mostrar resultado na gestão para poder desfazer a antipatia do eleitor.
Geraldo foi importante, mas quem reduziu a violência crescente na época e neutralizou o discurso da oposição foi Paulo. E não foi com política, mas com resultados práticos.
A vitória foi dele.
Agora, o que se percebe é que Geraldo acionou um botão em que abre mão da candidatura e joga todo o processo nas costas do governador. É como se dissesse: "acha que não precisa de mim, faça sozinho".
Por isso, toda vez que se pergunta alguma coisa sobre o assunto, a resposta padrão dos socialistas passou a ser: "a sucessão é conduzida por Paulo".
Se der certo, a vitória também será dele, sem discussão.