A lealdade tem suas consequências. O ministro Gilson Machado, por exemplo, vai deixar de ser deputado federal, com grande nível de certeza, num momento em que a onda ainda lhe favorece bastante, para cumprir uma missão e, muito provavelmente, perder a eleição do Senado.
Entre os socialistas e a Frente Popular, havia um entendimento lógico de que ele disputaria a Câmara Federal.
Em conversa com a coluna, uma fonte no Palácio calculava que Gilson deveria ser um puxador de votos entre os bolsonaristas e poderia ajudar muito a chapa que apoia o governo federal.
Acreditavam que ele seria candidato pelo PL de Bolsonaro.
Aqui o partido é comandado pelo prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira.
Apesar de ser muito rejeitado, Bolsonaro tem um nível de fidelidade alto entre seus apoiadores, algo em torno de 10% dos votos.
Com um eleitorado que costuma entregar mais de 3 milhões de votos válidos por eleição, é provável que Gilson tivesse algo próximo de 300 mil votos. Estaria eleito e ainda ajudaria a eleger mais um parlamentar na própria chapa, com os votos que sobrariam.
Já para o Senado, 300 mil votos vão deixar ele em terceiro ou quarto lugar na disputa.
Se Bolsonaro vencer e for reeleito, Gilson poderá voltar a um ministério.
Se Bolsonaro perder, o atual ministro do Turismo perde o que pode ser a chance de sua vida.
A lealdade é doce, mas pode ser amarga.