Trator é bom para abrir estrada, mas pegar o monstrengo e estacionar no centro do Recife, é complicado.
Em campo aberto, tudo funciona. No trânsito, você atrapalha o fluxo, bate em outros veículos, assusta os pedestres.
Os Coelho são conhecidos como tratores na política, que atravessam tudo para alcançar um objetivo.
A pretensão de disputar o governo do Estado, porém, já bateu na trave uma vez com Fernando Bezerra Coelho (MDB) e, agora, o mesmo pode acontecer com Miguel Coelho (UB).
Raul Henry (MDB) e Paulo Câmara (PSB) tiveram um encontro com o presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, em Brasília, nesta terça-feira (15).
Sim, o União Brasil, partido pelo qual Miguel Coelho pretende disputar a eleição de outubro para o governo.
Nos bastidores nacionais há uma conversa entre MDB, UB e PSDB por federação.
Já em PE, pra quem não sabe, Bivar e Paulo se dão muito bem, são próximos, conversam bastante.
Sobre o resultado do encontro, uma fonte no governo do estado foi enfática: "Miguel vai ter trabalho com a candidatura dele".
A impressão é que Bivar não fará nenhum esforço para que a candidatura do prefeito de Petrolina aconteça.
O presidente do União Brasil, inclusive, teria reclamado, de maneira muito reservada, dos métodos da família Coelho e da pressão que o grupo faz para tudo.
Incomoda, atrapalha o trânsito, arranha outros veículos e vai acabar se tornando algo impraticável.
Ainda na opinião de quem acompanhou a conversa, tudo vai depender de o União Brasil fechar uma federação com o MDB ou não.
Como isso repercute para os estados, o bloco pode acabar ficando na Frente Popular e apoiando a candidatura de Danilo Cabral (PSB).
Seria uma virada de script impressionante para o União Brasil que acabou de nascer de uma junção entre PSL e DEM.
O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, tem dito que possui garantia de apoio de 20 dos 27 estados para formar federação com o União Brasil.
Ele, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, e Bivar conversam nesta terça-feira (15) sobre a possibilidade de se juntar.
Desse entendimento depende a sobrevivência de muitos deputados que hoje estão com dificuldade na reeleição.