Destaques e análises políticas do Brasil e Pernambuco, com Igor Maciel

Cena Política

Por Igor Maciel
Cena Política

Em anúncio de Danilo só faltou um abraço de João Campos em Marília com uma imagem de Arraes ao fundo. Quem sabe até outubro

"Corruptos que não cabiam nos dedos de duas mãos", de 2020, viraram os "companheiros" de 2022.

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Igor Maciel

Publicado em 21/02/2022 às 20:20 | Atualizado em 23/02/2022 às 12:56
Lula, Renata Campos, João Campos, Fernando Haddad, em uma das visitas do ex-presidente - RICARDO STUCKERT/DIVULGAÇÃO

Corria o ano de 2020, precisamente em 28 de novembro, véspera do segundo turno da eleição para a prefeitura do Recife.

Num debate acirrado, João Campos (PSB) olha firme para a prima, Marília Arraes (PT), com quem disputava o cargo. Acusa a candidatura dela de ter sido gestada pelos "figurões do PT", como um demérito.

Em seguida, liga o PT à corrupção no Brasil. "Em relação ao PT, não cabem nos dedos das duas mãos quantos gestores presos têm no Brasil", afirmava.

Até pouco tempo antes disso, um desses presos se chamava Lula (PT). 

Minutos depois, com um ar irônico, declarou que "quando o PT governava o Recife a cidade vivia abandonada e cheia de lixo". Era uma referência a João Paulo e João da Costa, então, ambos, petistas.

Corta para 2022, em 21 de fevereiro. Anúncio da pré-candidatura de Danilo Cabral (PSB) ao governo de Pernambuco.

O mesmo João Campos, ou alguém que colocaram lá com o mesmo rosto e voz, elogia a "largueza" do senador petista Humberto Costa.

Depois, saúda Carlos Veras, Doriel Barros, Liana Cirne e Teresa Leitão, todos petistas.

Antes disso, ele ouviu atentamente o discurso da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Gleisi é daquele tal grupo, coo era mesmo? O dos "figurões do PT nacional".

No fim, ao anunciar Danilo Cabral (PSB) como candidato, Campos ainda completou:

"Pernambuco está unido para que juntos possamos ser o primeiro grande partido a declarar apoio ao presidente Lula" (sim, aquele que estava preso).

Honestamente, só faltou Marília estar presente e os dois se abraçarem, com música instrumental, numa rabeca (pra ser bem característico), e uma foto de Miguel Arraes, avô dos dois, num telão ao fundo.

Não aconteceu.

Mas, se os números apertarem, quem sabe?

Fica a sugestão.

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