A guerra na Ucrânia pode afetar a eleição brasileira em outubro, dependendo de sua duração.
E, não, não tem a ver só com a visita de Bolsonaro (PL) a Putin uma semana antes de o conflito estourar. Nem toda estupidez derruba votos. Se for uma estupidez internacional, ainda menos.
Mas, acontece que a recuperação da economia é pressuposto básico para a recuperação eleitoral do presidente. Se a economia continuar atingindo em curto prazo a vida da população, a missão de quem ainda sobrevive no barco bolsonarista fica praticamente impossível.
E atingir significa afetar o bolso do brasileiro em sua rotina básica. O aumento do combustível é o maior exemplo disso. Como a logística brasileira depende de gasolina e diesel, tudo fica mais caro.
Na prática, sobe o preço no posto e o sujeito que nem tem carro vai pagar mais caro no preço do tomate. Ninguém tem dúvidas de que, pagando mais caro no supermercado, quem paga mais caro ainda é o gestor que estiver no poder.
Pior é que a guerra estourou bem no momento em que Bolsonaro começava a engrenar uma sutil recuperação de popularidade. Popularidade que desmoronou subitamente por causa da pandemia de covid-19, desde março de 2020.
Há quem diga que o PIB desse ano "já era".
O temor do governo é que o mesmo termo se aplique a Bolsonaro.