Lula (PT) fez a campanha de 1989 batendo no então presidente José Sarney (MDB) enquanto pedia votos contra o adversário Fernando Collor (hoje no PTB).
O ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf era outro adversário frequente na verborragia lulista.
As acusações eram sempre as mesmas: corrupção e incompetência.
O tempo passou e ele, o tempo, faz coisas admiráveis (embora questionáveis). Aos poucos, Lula foi se aproximando de Sarney, Collor e Maluf. O motivo sempre era alguma necessidade eleitoral. O ex-governador paulista foi o último, quando o PT precisou do apoio dele para fazer de Haddad (PT) prefeito em São Paulo.
A informação de que Lula foi procurar Sarney, de novo, esta semana, é curiosa, porque acontece bem quando o petista trabalha para enfraquecer Simone Tebet no MDB. Necessidade eleitoral.
Em jantar com senadores que o apoiam, o ex-presidente chegou a comparar sua união com Alckmin (PSB) à união de Sarney e Tancredo Neves, em 1985.
A comparação é algo que não deveria causar nenhum tipo de bom sentimento para o petista.
O cabeça da dupla, Tancredo, como se sabe, morreu antes de assumir o cargo.
Sarney governou por cinco anos e mostrou que, como gestor, podia ser um ótimo escritor e jornalista.
Só não podia, nunca, ter sido presidente.
Ele foi sucedido por Collor, que sofreu impeachment.
Então, é o tipo de comparação que não deveria ser feita e de situação que ninguém espera ver repetida.