“Muitas vezes o grande papel de alguém numa guerra é ficar em casa. Tem gente que contribui com a presença e tem gente que salva com a ausência”. Essa foi a explicação que um socialista deu ao ser perguntado sobre o papel de Paulo Câmara (PSB) na campanha de Danilo Cabral (PSB).
Não é alguém envolvido na campanha diretamente, mas é o sentimento de quem escuta as conversas nos bastidores.
Não tem como negar que o governador começou a ser escondido. Após as fotos para o anúncio da pré-candidatura e, depois, com Lula (PT), firmando uma aliança, o governador sumiu da campanha.
Os primeiros vídeos do pré-candidato do PSB tiveram Lula e Eduardo Campos como referência e Danilo sendo vendido como alguém que sempre esteve ao lado dos dois, quase desde “antes de nascer”.
Não é bem assim
O candidato do PSB foi um dos que ignorou os apelos de Lula em 2016 para votar contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Na época, o petista ficou em um hotel de Brasília recebendo os deputados para pedir que eles não afastassem a presidente. Alguns foram e negaram, outros nem aceitaram o convite.
Danilo votou a favor do impeachment e isso conta, hoje, tanto para Lula quanto para a militância petista.
Por isso o vídeo com fotos antigas em que estava com o ex-presidente para mostrar que o voto no impeachment foi só um “acidente no percurso”.
As peças do PSB tentam dizer ao eleitor que Danilo e Lula “sempre” estiveram juntos e que Paulo Câmara nunca nem existiu.