Em 2019, durante um almoço, um amigo argumentava que a Globo estava fadada à falência e que as outras TVs iriam todas falir também. As redes sociais iam "suprir toda a demanda por informação".
A ideia era que emissoras como a Globo “dependiam de verbas públicas” para viver e que Bolsonaro (PL) estava cortando isso, porque “tinha as redes sociais”.
Com bastante tempo observando o mundo se aprende que a aparência das coisas representa, quase sempre, menos de 1% da realidade.
Bolsonaristas tinham esse discurso de que a Globo “ia quebrar”, porque precisavam sustentar a ideia de que qualquer crítica da emissora ao presidente era um tipo de “vingança” por não estar recebendo dinheiro.
Quem lê balancete sabia que o discurso bolsonarista não era verdade.
Por coincidência, a empresa estava fazendo modificações e enxugando os gastos muito altos que sustentava com contratos voluptuosos.
Era uma renovação do tipo que acontece, não em empresas que estão fechando, mas nas que acompanham as mudanças do mundo e sobrevivem por isso.
A justificativa bolsonarista era também que as TVs não eram mais necessárias, porque a nova era das redes sociais tinha tornado os meios tradicionais obsoletos.
Mesmo assim, o governo Bolsonaro ainda gastou R$ 6,5 milhões em publicidade na Rede Globo em 2021.
Isso é algo que não entra nos discursos de rede social dos grupos bolsonaristas.
Agora, perto da eleição, o investimento subiu 75%. Bolsonaro autorizou investimento de R$ 11,4 milhões na TV.
A Globo é a que mais recebeu verba este ano e chama atenção porque sempre foi o maior alvo dos bolsonaristas, mas com outras emissoras o investimento também subiu.
A Record, que recebeu R$ 9,1 milhões nos primeiros seis meses de 2021, agora recebeu R$ 9,8 milhões.
E o SBT passou de R$ 7,7 milhões para R$ 8,4 milhões.
Mas, é claro que “as redes sociais bastavam”.