A visita de secretários da Fazenda ao Senado, preocupados com a queda na arrecadação por causa das benesses eleitorais aprovadas no Congresso, com o objetivo de ajudar Jair Bolsonaro (PL), é um exemplo bem claro das consequências do populismo no Brasil.
Todos esses secretários que estiveram com o presidente do Senado Rodrigo Pacheco têm (ou deveriam ter) influência sobre suas bancadas federais.
Alguns tentaram (outros nem se arriscaram) convencer seus deputados de que a aprovação de propostas com a da PEC Kamikaze poderiam deixar os estados sem dinheiro para custear Saúde e Educação num horizonte próximo.
Mesmo assim, os deputados aprovaram, porque não quiseram arriscar estando num ano eleitoral a votar uma medida impopular. A conta, alguém paga depois.
E não é surpresa que setores essenciais da sociedade vão pagar pelos próximos anos.
Não é surpresa que o contribuinte acabará bancando também a compensação.
Basicamente, a base do governo, capitaneada por Bolsonaro e Arthur Lira (PP), usou o ano eleitoral como chantagem para que as medidas fossem aprovadas.
Os deputados, inclusive os de oposição, cederam e votaram a favor, com a certeza de que, depois, bastaria os secretários da Fazenda dos estados colocarem Saúde e Educação como reféns para que mais dinheiro fosse liberado e reequilibrassem as contas.
Nesse jogo de cobrir um santo e descobrir outro, alguém acaba ficando com a conta do pano no fim.
Adivinhe quem é. Você? Acertou!