A prefeitura do Recife entregou em 2020 a reforma do Geraldão que havia sido prometida para 2014 pelo então prefeito Geraldo Julio (PSB). Os custos orçados ainda no mandato do prefeito João da Costa (PT), que eram de R$ 38 milhões, terminaram em R$ 45 milhões na gestão do PSB. Curioso é que, na época, gastaram R$ 760 mil apenas em um projeto para planejar a obra. Mesmo assim, ela ainda extrapolou o valor em R$ 7 milhões.
Após a inauguração, com cinco anos de atraso e R$ 7 milhões de custo “extra”, o novo prefeito do Recife, João Campos (PSB), assim que assumiu, precisou contratar mais uma obra no valor de R$ 461 mil, para “adequar” o equipamento.
Segundo a gestão, o objetivo era “promover uma adaptação na estrutura existente de modo a atender às normas do Corpo de Bombeiros no que se refere à evacuação em situações de emergência. Para isso, serão feitas adaptações no gradil e portões, de modo a facilitar a saída das pessoas, em caso de excepcionalidade, seguindo as diretrizes do órgão competente”.
Mesmo depois de gastar mais de R$ 760 mil para fazer um projeto, lá atrás.
Fato é que depois de tudo isso, em seu primeiro grande teste internacional, a estrutura do Geraldão fez com que um jogo da Copa América de Basquete fosse suspenso.
O motivo: goteiras. Sete anos em obras, R$ 45 milhões, sendo R$ 7 milhões não previstos, R$ 70 mil em projetos, R$ 460 mil em readequação depois de inaugurado. E um jogo do maior evento esportivo internacional este ano no ginásio foi suspenso por causa de goteiras.
Goteiras, senhoras e senhores. Goteiras!
Quando Anderson Ferreira (PL) topou ser o candidato de Bolsonaro (PL) em Pernambuco, a conta que sua equipe fazia era bem simples. O presidente, apesar da rejeição, tem cerca de 20% a 25% de apoio no estado. É o suficiente para levar um candidato ao segundo turno, se você considerar a realidade cinco candidaturas.
Tudo certo com a matemática, o problema foi o fator Miguel Coelho (UB) e Raquel Lyra (PSDB). Como já foi dito aqui, o voto regional conta. Há bolsonaristas que votam em Raquel ou Miguel por causa de suas origens, no Sertão e no Agreste.
No caso de Miguel, há o agravante de o pai dele ter sido líder de Bolsonaro.
Principalmente por causa de Miguel, Anderson tem mantido estabilidade em torno de 11% a 12%, exatamente metade do percentual de Bolsonaro em Pernambuco, dificultando sua ida ao segundo turno.
Para reverter, o candidato do PL tem intensificado seu discurso como um paralelo ao do capitão. Recentemente, reclamou até que também é “perseguido do mesmo jeito que Bolsonaro é”.
Ele tem endossado as críticas bolsonaristas ao uso, pelos governadores, do dinheiro que o governo federal enviou na pandemia.
Nas críticas a Miguel, reitera que o ex-prefeito de Petrolina usou o dinheiro enviado pela União para Petrolina e depois abandonou Bolsonaro.
Percebendo o movimento, Miguel começou a agir para segurar esses eleitores que Anderson tenta puxar. Recentemente realizou uma “motociata” e, não faz muito tempo, recebeu apoio de candidatos evangélicos, sendo colocado em fotos ao lado do presidente da República e candidato à reeleição.
Bolsonaro não tem muitos votos em Pernambuco, mas eles estão sendo disputados como se fossem ouro. Porque, nesta eleição acirrada e cheia de palanques, eles são ouro mesmo.