Decisão recente da Justiça Eleitoral garantiu que Marília Arraes (SD) continuasse usando a imagem de Lula (PT) para pedir votos em seus programas. Há poucos dias, a campanha de Danilo foi obrigada a tirar programas do ar porque eles excederam o limite definido para apoios. O problema era que Lula aparecia em mais de 60% da propaganda, quando o máximo permitido é 25%. Antes disso, a campanha de Teresa Leitão (PT) entrou com ação na Justiça para que seu adversário, André de Paula (PSD), não pudesse dizer que é o candidato de Lula. Na campanha de Anderson Ferreira (PL), Bolsonaro também é mais protagonista que o próprio candidato ao Palácio do Campo das Princesas.
O que ainda não foi explicado em nenhuma das campanhas pelo governo de Pernambuco é, caso sejam eleitos na presidência Lula ou Bolsonaro, como eles farão para comandar também o estado de Pernambuco?
A provocação é boba. “É a estratégia, seu estúpido”, o leitor ou a leitora pode responder assim para o colunista, imediatamente. Mas, às vezes, é importante ser bobo para enxergar o óbvio. Tão absorvidos por pensamentos aprofundados rotineiros, esquecemos que é no simples que está a beleza mais luminosa e as verdades mais cruas.
A crua verdade dessa eleição é que nem Lula e nem Bolsonaro, se eleitos, estarão preocupados com a péssima qualidade da PE 60 ou com a falta de água na casa de dona Iraci, que mora no Agreste.
Dependendo do governador, Pernambuco vai seguir sendo ignorado. O argumento da campanha de Danilo, inclusive, é que se não deu certo até agora com Paulo Câmara (PSB) foi porque os presidentes eram ruins. Vale lembrar que teve presidente pra todo gosto nesse período: de esquerda, de centro e de direita.
Mas, se a culpa nunca foi do governador e sempre foi do presidente da vez, faz sentido que os presidentes apareçam mais do que os governadores na campanha local. Faria sentido também, da mesma forma, se o governador não recebesse salários e não tivesse qualquer privilégio, não tivesse equipe, não precisasse de secretários e não tivesse acesso a um orçamento bilionário sob sua caneta, para investimento.
Para que isso, se podemos ser governados diretamente de Brasília? Seria possível reduzir a carga tributária, já que as despesas estariam quase em zero. Com a carga tributária mínima, teríamos um avanço no desenvolvimento e na geração de empregos. O PIB estadual cresceria bastante. Da infraestrutura das cidades, cuidam os prefeitos, recebendo verbas diretamente do governo federal.
E como seria possível sustentar o Palácio do Campo das Princesas? Ora, o próximo governador eleito pode vender bombons na rua, igual a um cidadão que fazia isso, sexta-feira passada, num posto de combustíveis em Caruaru. Perdeu o emprego e foi trabalhar de Uber, parou de rodar no Uber por causa dos assaltos.
Emprego e Segurança são responsabilidade do governador. Todo mundo se vira, apesar dos problemas que o governo não resolve. O que custa o próximo governador ou governadora se virar pra manter o gabinete também vendendo trufas no sinal?
E deixa Lula e Bolsonaro resolverem o resto.
O vereador Alcides Cardoso (PSDB), aposta de Priscila Krause (Cidadania) na eleição para a Alepe, vem ampliando a força da sua candidatura a deputado estadual no Recife e Região Metropolitana com a conquista de novos apoios. A adesão mais recente à sua campanha foi a do vereador e médico Tadeu Calheiros (Podemos). Alcides Cardoso, que já tem como uma de suas propostas a reforma da rede hospitalar do estado, reforçou o seu compromisso com a defesa das pautas da saúde.