Cena Política: Marília Arraes preocupada e Lula pode se dar bem com 2º turno em estados importantes

Campanha da candidata do Solidariedade se preocupa com uma candidatura, especialmente, dependendo da configuração do segundo turno
Igor Maciel
Publicado em 18/09/2022 às 0:01
Marília Arraes (SD) Foto: Tiago Calazans


Raquel Lyra (PSDB), por enquanto, é a candidata que mais preocupa a campanha de Marília Arraes (SD). A verdade é que uma disputa de segundo turno com Anderson Ferreira (PL) ou Danilo Cabral (PSB) pode ser facilitada, para a neta de Arraes, por causa da rejeição alta dos dois.

Um carrega Paulo Câmara (PSB) e o outro tem Bolsonaro (PL) na garupa. Curiosamente, caso disputem o segundo turno com ela, cada um terá um argumento de rejeição para jogar na adversária. Anderson dirá que Marília é uma continuidade do PSB e Danilo dirá que ela é aliada de Arthur Lira e, consequentemente, de Bolsonaro. Mas são argumentos de pouca consistência e é mais fácil administrar.

Já no caso de Raquel Lyra, com a rejeição mais baixa da eleição, a história é outra. A tucana também seria uma opção mais segura para os prefeitos que hoje estão com Danilo, Anderson e Miguel do que Marília e isso fortalece Raquel.

Como a rejeição muito baixa é um problema para os adversários, é de se esperar que alguns ataques comecem a surgir nas redes sociais nos próximos dias contra a ex-prefeita de Caruaru, tentando criar algum tipo de desconfiança e tirar ela dessa posição confortável.

Pesquisa

Esta semana, uma das muitas pesquisas apresentadas sobre a eleição em Pernambuco abordou a intenção de voto para o segundo turno, com o potencial de cada candidato. Confirmando a suspeita do texto acima, Raquel mostrou-se mais competitiva contra Marília do que os colegas. É a maior preocupação para a candidata do Solidariedade.

Bolsonaro

A visita de Bolsonaro (PL) a Pernambuco, participando de uma motociata no Agreste é um refresco para Anderson Ferreira (PL), uma tentativa de transferir votos bolsonaristas para o ex-prefeito de Jaboatão. Acontece que ele não tem conseguido aproveitar o potencial de votação do atual presidente no estado,, porque Miguel Coelho (UB) investe sobre esse público. O ex-prefeito de Petrolina começou a fazer motociatas pelo estado e mirou comparações com Anderson nos últimos dias. Fez questão até de destacar declarações dele e de Anderson numa sabatina, afirmando que falava a verdade e o adversário não. O problema, para Anderson, é que a rejeição de Bolsonaro é de 60% e o bônus traz ônus. Miguel briga só pela “parte boa”.

Lula se dá bem

O publicitário pernambucano Marcelo Teixeira, da Makplan, com experiência em dezenas de campanhas nacionais e regionais ao longo dos anos, vem acompanhando de perto a eleição em vários estados do país. Baseado em levantamentos que está produzindo, afirma que deve haver segundo turno em três deles que muitos acreditavam estarem resolvidos mais cedo. O que pode ser bom para Lula (PT) porque eram locais em que os candidatos dele perdiam e não fariam campanha num eventual segundo turno nacional. Estando em campanha, manterão as bases para o PT.

Minas, Bahia e Distrito Federal

Teixeira explica que os três candidatos que lideram, em MG, BA e no DF, têm “andor de madeira de lei, mas não tem santo e, eleição majoritária, tal qual procissão, tem que ter santo”. De fato, ACM Neto (UB), na Bahia; Romeu Zema (Novo), em Minas, e Ibaneis Rocha (MDB), no DF, procuram evitar rejeições não declarando um candidato a presidente. Os três tinham larga vantagem e estão vendo essa frente diminuir nas pesquisas.

São Paulo

O publicitário pernambucano também falou sobre São Paulo. Ele tem convicção de que o segundo turno será entre Fernando Haddad (PT) e Rodrigo Garcia (PSDB) (Tarcísio deve ficar para trás) e que, sendo assim, Garcia “deve ser reeleito”. Nesse caso, a máquina conta e a força dessa estrutura é o que dá sentido ao resultado, segundo ele.

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