O trabalho conjunto de Fernando Haddad (PT) na Economia e Simone Tebet (MDB) no Planejamento, em dois ministérios que não vivem um sem o outro, vai ser muito bom para as colunas de jornais e blogs de notícias.
Porque a visão dos dois é tão diferente que não há a menor chance de isso dar certo sem uma boa dose de submissão ideológica de um lado ou do outro.
Haddad está montando uma equipe que não promete abrir espaço para parcerias com a iniciativa privada. Tebet só aceitou assumir o Planejamento porque poderia controlar o PPI (Programa de Parcerias de Investimento), que é exatamente o responsável por aproximar a máquina pública com o capital privado.
Ainda que todos, absolutamente todos, estejam imbuídos das melhores e mais republicanas intenções, haverá atritos e crises internas.
Na hipótese mais otimista, os dois grupos terão dificuldade para trabalhar juntos em qualquer projeto.
A outra opção é Tebet começar a encher os olhos de emoção ao ver um estado grande e maternal fabricando dinheiro ou Haddad passar a fazer jus ao apelido que os próprios petistas usavam para atacá-lo: o “petista mais tucano do Brasil”.