Se não acabar sucumbindo à pressão de alguns bolsonaristas radicais, para quem o nivelamento à estupidez é uma obrigação ideológica, Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem tudo para ser o grande líder de uma oposição séria ao governo Lula (PT), disputando até a eleição presidencial muito em breve.
O comportamento dele na tragédia que atingiu São Paulo nos últimos dias é exemplar até o momento.
Tarcísio não minimizou a crise e nem tentou faturar demagogicamente com ela. É o que se espera de um gestor público sério.
A dimensão o governador é ampliada pelo tamanho da máquina que tem à disposição. São Paulo seria a 21ª maior economia do mundo se fosse um país e o PIB equivale à soma das riquezas de Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.
A máquina que Tarcísio tem em mãos para trabalhar é potente. Se não se envolver e nem for envolvido em corrupção, se souber aproveitar bem as eleições de 2024 para fortalecer sua base no estado, o PT terá que enfrentar um verdadeiro “trator”, com um currículo que até os petistas precisam escolher bem como atacar, porque ele já trabalhou até no governo Dilma (PT), em tempos idos.
Lula, que é um animal político de faro muito aguçado, percebeu isso há bastante tempo.
O presidente interrompeu as férias e correu a São Paulo imediatamente porque isso é o que faz um governante sério, com algum mínimo juízo de responsabilidade.
Mas a pressa em estar logo lá tinha um motivo político também: ele já sabe que pode ter que enfrentar Tarcísio em 2026 e se Bolsonaro foi um adversário difícil, o governador de São Paulo pode ser muito mais. Fernando Haddad (PT) e Rodrigo Garcia (PSDB), derrotados por ele em 2022, que o digam.
O primeiro derreteu durante a campanha de forma impressionante e o segundo, nem com a máquina de São Paulo nas mãos, conseguiu se reeleger.
Lula que se cuide.