Faz 16 anos que não há mudança de grupo político na política pernambucana. Quem olha somente a superfície já percebe que não é algo fácil de se fazer com menos de seis meses de governo.
E quando se aprofunda a visão para além dos cargos de primeiro escalão, é que a coisa complica de verdade. Em mais de uma década e meia, formam-se verdadeiros feudos.
Um membro do primeiro escalão, esta semana, relatou à coluna uma conversa que teve com o antecessor, sobre uma pasta estratégica da gestão. O tal ex-secretário, ao ser questionado pelo atual acerca dos números de um determinado setor, precisou explicar que “não tinha a menor ideia”, porque o funcionário responsável, seu subordinado, despachava direto com o governador e não prestava contas a ele de nada.
Agora, imagine essas relações, tortas, ampliadas a contratos firmados com partes que estavam acomodadas, acostumadas com uma forma de trabalhar e, de repente, precisam se adaptar a um formato de gestão completamente diferente.
Imagine as empresas que participavam de licitações nesse período. Imagine a relação com as terceirizadas.
Dezesseis anos não é pouco. Até que os ambientes empresarial e social entrem em sintonia com o novo governo, será preciso paciência.
Uma fonte ligada ao PSB conversou com este colunista recentemente para fazer uma observação sobre a novela financeira interminável entre a gestão Raquel Lyra e a gestão Paulo Câmara sobre quem deixou ou não deixou dinheiro nos cofres.
O mais novo capítulo foi uma declaração do secretário da Fazenda, Wilson de Paula, afirmando que Pernambuco poderia perder, outra vez, a nota de capacidade de investimento, ficando impossibilitado de buscar empréstimos com garantia da União.
Perder o “Capag B” agora seria uma tragédia.
Sempre que um integrante desse governo reclama do governo anterior, todos voltamos às declarações da gestão Paulo Câmara em 2022, afirmando que estava entregando o estado com “todas as contas equilibradas e dinheiro em caixa”.
Essa fonte socialista fez um “mea culpa”, não sobre o dinheiro, mas sobre não se ter feito um simples balanço com uma apresentação dos resultados financeiros da gestão no fim do ano.
“Foi um vacilo da gestão Paulo”, ele admite.
Mas, lembra: “tudo está no Portal da Transparência e é só consultar”.
Um dado importante para o momento é que, mantendo o Capag B, será possível ir em busca de empréstimos de até R$ 4 bilhões para investir no estado. Dentro de um orçamento anual que se aproxima de R$ 40 bilhões, é um valor considerável.
E, tendo projeto, há disponibilidade de recursos por aí. Um exemplo bom disso? a prefeitura do Recife, que conseguiu o Capag B para pedir empréstimos recentemente, já garantiu dois contratos com o BID, um de R$ 1,3 bilhão e outro de R$ 500 milhões.
O secretário da Fazenda atual tem que olhar pra frente, esquecer a reclamação, trabalhar para não perder a nota de crédito e tratar de ir buscar dinheiro para investimento.
Diego Brandy e Victor Carvalho, consultores políticos que atuam em campanhas políticas no Brasil, são finalistas da Reed Awards, premiação do mercado norte-americano e uma das mais importantes da indústria do marketing político no mundo.
Eles estão na final em duas categorias: “Toughest Latin America” e “Best International Campaign Subnational”, com o case da campanha vitoriosa do governador do Espírito Santo Renato Casagrande (PSB).
Casagrande superou nas urnas o ex-deputado federal Carlos Manato (PL), que tinha o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A premiação acontece em Las Vegas, nos Estados Unidos, no dia 28 de março, e reconhece os melhores profissionais e trabalhos de consultoria e marketing político do mundo.
Brandy, pra quem não lembra, é conhecido nos bastidores políticos de Pernambuco como “o argentino”. Ele foi responsável por campanhas vitoriosas do PSB durante vários anos no estado.