Quando for feito um balanço dos primeiros 100 dias de governo, Lula (PT) e sua equipe vão ter em suas mesas uma lista de refazimentos desses que explicam o insucesso brasileiro como nação.
Não se trata, neste texto, de gostar ou não das políticas petistas. O problema é que todo refazimento atrasa a obra.
Pensemos na construção de uma casa feita por pedreiros que se alternam em turnos. Toda vez que o operário da tarde chega, manda derrubar todos os tijolos colocados pelo pedreiro da manhã, por que não concorda com a posição em que eles foram postos.
No dia seguinte, o funcionário que chega faz o mesmo, derrubando a parede e colocando os tijolos na posição anterior.
Quando essa moradia vai ficar pronta? Nunca. Essa construção nunca vai passar da primeira parede. O Brasil não consegue avançar em suas paredes, porque cada presidente prefere refazer o trabalho do antecessor do que seguir o trabalho.
Pode ser estratégia eleitoral, pode ser capricho, vaidade. Há os que fazem com boas intenções e há os que tentam só apagar a assinatura do antecessor. Pouco importa, porque o trabalho seguirá sendo um projeto de poder e não um projeto de país.
Fernando Henrique (PSDB) criou o Bolsa Escola, Lula transformou em Bolsa Família, Bolsonaro rebatizou de Auxílio Brasil, Lula ressuscitou o Bolsa Família. Mudaram valores, mudaram as regras, de acordo com o que cada presidente acreditava. O que não mudou: a miséria e a desigualdade no país seguem protagonistas nesse teatro lamentável.
Agora, depois de ocupar tempo e dinheiro públicos com todos os relançamentos possíveis, Lula resolveu atacar o Novo Ensino Médio. Vai suspender os prazos para os efeitos da lei que instituiu o modelo, discutido, criado e já aprovado no Congresso durante o governo Temer (MDB).
Isso depois que instituições públicas e privadas se reorganizaram e estruturaram o Novo Ensino Médio em suas escolas. Os Secretários estaduais estão preocupadíssimos com a possibilidade de ter que refazer todos os planos. E têm toda razão, porque há custo em todas essas mudanças. O prejuízo será grande, se acontecer, também, para os alunos que estão se preparando dentro de um formato que pode ser modificado, outra vez.
Se houvesse um projeto de país, o que não há, o pedreiro da vez, também conhecido como presidente da República, poderia se resumir a seguir o projeto e terminar sua parede. Talvez, um dia, tivéssemos um teto.
Por enquanto, enfrentemos as chuvas e o frio, portanto. A prioridade não é a casa pronta, mas o capricho político.
O deputado estadual Sileno Guedes, líder do PSB, fez uma observação, em plenário, que outros deputados já vêm fazendo nos bastidores sobre a postura do líder do governo Izaias Regis (PSDB). O socialista disse, em determinado momento, esperar que o colega traga números da nova gestão e que isso não vem acontecendo. A reclamação que corre pelos bastidores é que Regis está muito mais interessado em discutir os assuntos de Garanhuns, sua base eleitoral e onde pretende ser candidato a prefeito no ano que vem, do que na defesa do governo Raquel. O atual prefeito da cidade, no Agreste Meridional, é um socialista. O próprio Izaias comandou o município até 2020 e pretende retornar. Nos momentos em que é necessário fazer uma defesa mais enfática do atual governo, o deputado Renato Antunes (PL) é quem tem se apresentado, apesar de não ser o líder da situação. Antunes está na chamada “bancada independente” da Casa.
Apesar de a gravação ter sido feita há quase uma semana, ontem começou a circular com mais frequência nas redes sociais um vídeo gravado pelo deputado estadual pernambucano Alberto Feitosa (PL). A gravação é do dia em que Jair Bolsonaro (PL) retornou ao país. Nela, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) manda um “beijo para Pernambuco” e afirma que “ama esta cidade”. A ex-deputada federal Joice Hasselmann foi uma das que comentou o vídeo: “ela acha que Pernambuco é uma cidade”. Joice ainda questionou a “escolaridade de Michelle”.
O vereador Alcides Cardoso (PSDB), líder da oposição na Câmara do Recife, promove audiência pública sobre a Rua da Imperatriz hoje, às 16h, no Plenarinho da Casa de José Mariano. Autor da indicação ao prefeito João Campos (PSB) para que a Imperatriz seja incluída na Lei do Recentro, o parlamentar cobrará, na audiência, essa e outras ações da gestão para resgatar a rua, que já foi um dos principais corredores do comércio da capital.