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Cena Política

Por Igor Maciel
Cena Política

As câmeras antigas, a briga da direita e a simpatia entre os poderes

Confira a coluna Cena Política deste sábado (2)

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Igor Maciel

Publicado em 01/12/2023 às 20:00
Câmeras de segurança da SDS - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

O que mais chama a atenção na informação de que Pernambuco precisou desativar mais de 300 câmeras de monitoramento em quatro municípios não foi qualquer ameaça à segurança do estado, por incrível que pareça.

O impressionante é que tenham sido gastos alguns milhões de reais, por anos, com equipamentos instalados em 2012. Desligar não muda a vida de ninguém, porque os equipamentos não serviam para quase nada. Estavam obsoletos.

Velhinhas

Se você tentar puxar pela memória para lembrar a qualidade da câmera do seu celular há 11 anos, vai entender o problema.

Na entrevista que deu à Rádio Jornal, nesta sexta-feira (1°), o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, lembrou que a gestão anterior até tentou fazer, já em 2022, uma licitação para substituir os equipamentos, mas o processo travou por questões burocráticas.

As câmeras eram antigas, muitas não davam foco quando se tentava uma aproximação, era difícil até ler placas de carros por elas, mas continuaram sendo pagas nos últimos anos. E não era barato.

Sistema

O contrato, de 2012, é da época de Eduardo Campos. O secretário, durante a entrevista ao Passando a Limpo, afirmou que uma nova licitação já está sendo preparada, as 358 câmeras vão ser substituídas por duas mil novas unidades, dentro de um sistema mais atualizado, que possa atender às necessidades da segurança pública de Pernambuco, com reconhecimento facial e identificação de placas de veículos.

As novas câmeras serão essenciais para o programa Juntos Pela Segurança, lançado há alguns dias pelo governo.

Direita em guerra

Não é apenas no plano nacional que a direita bolsonarista se dividiu e está disputando espaços. Em Jaboatão, dois grupos de direita e evangélicos devem dividir votos na eleição de 2024.

O atual prefeito, Mano Medeiros (PL), ligado diretamente ao presidente do PL em Pernambuco, Anderson Ferreira, tentará a reeleição. A base deles é o bolsonarismo, mas a vitória depende também do eleitorado evangélico.

Tércio

Do outro lado, a deputada federal Clarissa Tércio (PP) trabalha para frustrar a expectativa do atual gestor. Clarissa é de outro grupo evangélico, também é de direita e bolsonarista, embora não esteja no partido do presidente.

Tércio tem em seu favor o “frescor” de ser uma novidade para o Executivo. Mas tem muitos votos também: em 2022 foi a segunda deputada mais votada no estado e também a segunda que mais teve votos em Jaboatão dos Guararapes.

Os ferreira

Os números de Clarrissa seriam perfeitos, não fosse por ela ter perdido o primeiro lugar no estado e em Jaboatão exatamente para André Ferreira (PL), que vem a ser o irmão gêmeo de Anderson Ferreira, padrinho de Mano Medeiros, candidato à reeleição.

Relação com Alepe

Uma fonte, que circula bem pelo Palácio do Campo das Princesas, admite que a relação do Executivo com o Legislativo não deve melhorar cedo. Mas diz também que o nível de preocupação da governadora com isso não é excessivo.

“Ela vai seguir atendendo a todos os deputados, dentro dos limites financeiros da gestão e dos preceitos republicanos, vai trabalhar com as necessidades dos prefeitos, seguir enviando projetos para o desenvolvimento do estado e esperando que os parlamentares aprovem pelo bem do estado, não dela”, resumiu.

Ou seja, o recado: não é um concurso de simpatia, é uma relação entre poderes constitucionais.

Pacote

O pacote de 33 projetos enviados há alguns dias à Casa, por exemplo, deve ser totalmente aprovado até o fim do ano, “porque tudo ali é para o bem dos pernambucanos”, finalizou.

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