Daniel Coelho está oficialmente no PSD e confirmou sua candidatura a Prefeito do Recife. Terá o apoio da governadora Raquel Lyra (PSDB) e da maioria dos partidos que compõem a base do Palácio do Campo das Princesas.
O grande desafio de Daniel em sua terceira tentativa disputando a prefeitura será ganhar força para levar a eleição ao segundo turno.
Surpresa
Nada é impossível. É sempre bom lembrar da eleição para governador em 2018, quando Paulo Câmara amargava uma rejeição de 62% e a oposição brigava para escolher quem seria o governador, por acreditar que a vitória era garantida. Bastou uma estratégia errada deles e Câmara foi reeleito no primeiro turno.
O contrário também pode acontecer. Mas, para isso é preciso que João Campos cometa erros. Ele só vai cometer erros se a campanha de Daniel tiver algo que possa surpreendê-lo.
Recife não é PE
Se for uma campanha tradicional, com os mesmos discursos, nas mesmas plataformas de eleições anteriores, será perda de tempo.
Não adianta, também, ter a mesma estrutura que Raquel teve na eleição de 2022. Naquela época os adversários dela diziam muito que “Pernambuco não era Caruaru”. Agora, é preciso dizer que o que deu certo em Pernambuco em 2022 pode não dar certo no Recife em 2024.
Troca
O PP, de Eduardo da Fonte, saiu fortalecido das articulações de 2024 no Recife. Durante o evento de Daniel Coelho (PSD) toda a cúpula do partido compareceu. Quem não ficou bem foi o PL, de Anderson Ferreira. A Família Ferreira deve perder espaços no governo, principalmente o Detran, para o PP.
Fidelidade
A coluna soube que integrantes do PL ficaram muito irritados com a perda de espaço, mas era algo já esperado por quem acompanha a queda de braço entre o Palácio e a Alepe.
O PL tem cinco deputados e o PP tem oito. É verdade que ambos estão na base de Raquel Lyra, mas enquanto há fidelidade no PP, com a defesa das matérias enviadas pelo Executivo, no PL o único que articula verdadeiramente em favor dos projetos do governo é Renato Antunes (PL).
Gota d’água
A situação ficou ainda mais crítica, nos últimos dias, quando dois deputados do PL trabalharam fortemente contra o projeto do governo que extingue as faixas salariais da PM.
Se antes as discussões eram tratadas como sintomas da democracia, agora ficou claro para o governo que há esforço para prejudicar a gestão, ao ponto de tentarem transformar o que é um projeto positivo para os policiais, e uma tentativa de consertar um erro cometido no governo anterior, em “algo ruim”.
Foi a gota d’água.
Responsabilidade
O prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), pode ser responsabilizado por ter usado os nomes e os logotipos dos deputados Carlos Veras (PT) e Felipe Carreras (PSB) na publicidade do Festival de Inverno de Garanhuns. Na época, a coluna questionou o motivo de estarem lá as “marcas” dos parlamentares, um deles como “patrocinador” e o outro como “apoio”.
Impessoalidade
Como o dinheiro utilizado é público, a publicidade pessoal é irregular e fere o princípio da impessoalidade na administração pública.
O Blog de Jamildo entrevistou um advogado eleitoral sobre o assunto e confirmou a tese. Antônio Ribeiro Júnior, advogado eleitoral, “a conduta pode gerar sanções como pagamento de multa, perda do mandato e suspensão dos direitos políticos ao prefeito de Garanhuns”.
Não sabiam
Para o evento, Carlos Veras destinou R$ 450 mil em emendas parlamentares. Já Carreras articulou o repasse de R$ 1 milhão via Ministério do Turismo. Não há nada irregular nisso. O problema foi o prefeito ter colocado os logotipos. Sivaldo ainda creditou Veras como “patrocinador” e Carreras como “apoiador”.
Os deputados já declararam que não tinham conhecimento da publicidade. O prefeito responderia sozinho, nesse caso. Sivaldo declarou, ao Blog de Jamildo, que só queria “fazer justiça com quem tem ajudado o festival”.