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Cena Política

Por Igor Maciel
Cena Política

A guerra dos festivais pernambucanos: Taquaritinga x Garanhuns

Não vai demorar e, em Pernambuco, até as disputas acirradas de dominó terão que escolher seus lados também na polarização entre Raquel e PSB.

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Igor Maciel

Publicado em 11/07/2024 às 20:00
A cidade de Taquaritinga é pequena e bem charmosa - Vem de Andada / Divulgação

Com duas guerras em curso no mundo, Israel e Hamas no Oriente Médio, a Rússia invadindo a Ucrânia num conflito entre Oriente e Ocidente, um terceiro conflito meio bélico e meio festivo, avizinha-se de nós. E é em Pernambuco, no Agreste frio e chuvoso.

Está decretada a guerra entre Garanhuns e Taquaritinga do Norte. Batalhões de políticos estão se preparando para declarar seu apoio a um lado ou outro, de acordo com sua posição entre o Palácio do Campo das Princesas ou o Palácio Capibaribe Antônio Farias, sede da Prefeitura do Recife.

Taquaritinga, como se fizesse parte de uma Otan, tem o apoio de outras sete cidades, é bom frisar.

Trincheiras

Mas por que Taquaritinga e Garanhuns são as trincheiras deste conflito já neste fim de semana? É lá onde acontecem o Festival Pernambuco meu país e o Festival de Inverno de Garanhuns, respectivamente. Um começou no dia 11 e o outro no dia 12.

O primeiro é a aposta do governo do Estado e da governadora Raquel Lyra (PSDB) para se contrapor ao segundo, no qual o prefeito de Garanhuns, do PSB, aliado de João Campos (PSB) entrou em atrito com o Palácio e dificultou o quanto podia a participação da Empetur na festa.

Até dominó

O problema é que agora as antecipações de palanque de 2026 que já contaminaram a eleição de 2024 e suscitam muita discussão nos bastidores dos partidos, chegaram às festas de inverno do estado. No caso do “Pernambuco meu País” e do “FIG”, quem for pra uma festa é inimigo do “outro lado”.

Ninguém declara isso publicamente, mas há um "climão" no meio político e entre servidores das gestões estadual e municipal. Todo mundo fica preocupado de não ser vinculado à festa do outro lado. 

Logo, disputas de dominó terão que escolher seus lados também, quem sabe?

Oportunidades

Por enquanto, deixadas de lado as preocupações dos políticos e servidores quanto à farda que usarão no conflito, é preciso admitir que a vantagem está com a governadora na Guerra dos Festivais Pernambucanos.

É preciso levar em conta que a briga do prefeito de Garanhuns/PSB com o Palácio concedeu uma bela oportunidade para a gestão estadual que pôde usar a verba a ser destinada para o FIG e distribuí-la por oito municípios, ao invés de um só.

Para quem não lembra, o governo Jarbas criou o Circuito do Frio e a festa se espalhava por vários municípios pernambucanos. Depois o PSB concentrou em Garanhuns e foi mudando os nomes das festas para evitar vinculação com o antigo adversário.

Raquel ganhou, por causa do próprio PSB, a chance de ampliar a festa novamente e espalhar por outras praças. Democratizando a festa e distribuindo os resultados econômicos que esses eventos trazem.

Amplitude

O Festival de Garanhuns vai durar só até o dia 28 de julho, com uma programação mais limitada aos shows e numa cidade apenas. O Pernambuco meu País acontecerá em oito municípios, com quase 900 ações entre shows, espetáculos e filmes. E só termina no início de setembro.

Algumas das cidades que receberão as festas do "PE meu País", com toda a estrutura, inclusive são governadas pela oposição, como Gravatá. Mas os prefeitos estão bem felizes pelo apoio estadual, em pleno ano eleitoral.

Politicamente, Raquel é quem saiu ganhando. Oposição, às vezes, tenta atrapalhar e acaba ajudando.

Carinho…

Magdalena Arraes, que faleceu ontem aos 95 anos no Recife, é um exemplo de primeira-dama que cumpriu papel importantíssimo nas três vezes em que esteve no posto, durante os mandatos do ex-governador Miguel Arraes. Nunca ficou acomodada, mas sempre soube ser protagonista dentro dos limites institucionais.

O sentimento de todos os que conviveram com ela é de que a "Dama da História", como é retratada numa biografia escrita por Lailson Cavalcanti e Valda Colares, era sempre cortesia e carinho, mas também força e resistência sempre que se fazia necessário.

…e força

Dona Magdalena foi a mulher que exerceu essa função de primeira-dama pelo maior número de vezes no estado e sempre cuidou de ações sociais importantes da gestão. Era, além de tudo, uma companheira do ex-governador nos momentos difíceis que enfrentaram sempre juntos, como a prisão dele e o exílio da família na África durante a ditadura militar. Que descanse em paz.

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