OPINIÃO

Vexame curricular de Decotelli abriu nova disputa pelo cargo de ministro da Educação

De fato, não precisa ser santo para virar ministro da Educação, mas não mentir sobre o próprio currículo seria um bom começo

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 30/06/2020 às 8:39 | Atualizado em 30/06/2020 às 8:47
REPRODUÇÃO/FNDE
Decotelli saiu do MEC no dia em que tomaria posse - FOTO: REPRODUÇÃO/FNDE

Decotelli ‘balança’

O vexame curricular de Carlos Decotelli abriu nova disputa pelo cargo de ministro da Educação, e doutores com graduação de fato comprovada são enfileirados para assumir o cargo. Filhos do presidente Bolsonaro, que ainda mantém alguma conexão olavista, defendem o nome de Ilona Becskeházy, secretária de Educação Básica do MEC. Antonio Freitas, pró-reitor da FGV, também foi lembrado, além de Antonio Flávio Testa e Marcos Vinicius Rodrigues, que atuaram no governo de transição.

Becskeházy é doutora pela PUC-RJ e USP, e Antonio Freitas tem pós-doutorados pelas universidades da Carolina do Norte e Michigan, EUA.

Futuro ex-ministro, Decotelli nem precisou ser atacado nas redes sociais para "balançar". Bastaram declarações de argentinos e alemães.

Sergio Sant'Ana, apoiado pela deputada Carla Zambelli (PSL-RS), e Antonio Vogel voltaram a ser cogitados, mas sem a força de antes.

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) tem apoio de Davi Alcolumbre, e seu primeiro suplente é Luiz Belmonte, investigado no caso das fake news.

» Bolsonaro diz que vai manter Decotelli como ministro da Educação

Chefiar o MEC é tarefa quase divina

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, está espantado com a dificuldade para a escolha do ministro da Educação. Ocupar a titularidade do MEC, disse Heleno a esta coluna, é tarefa para um ser quase divinal. "Exige competência, inteligência, experiência, dedicação, honestidade de propósitos, retidão, entusiasmo, equilíbrio, diálogo, flexibilidade etc, etc", afirmou ele com ironia.

Heleno avalia que um ministro da Educação é especial porque lida com dois vetores primordiais em qualquer sociedade: professor e aluno.

Por tudo isso, Augusto Heleno diz com certa dose de ironia que ser titular do MEC, no mundo de hoje", "é tarefa quase divina ".

De fato, não precisa ser santo para virar ministro da Educação, mas não mentir sobre o próprio currículo seria um bom começo.

Ideia de jerico

O governador de São Paulo, João Doria mandou multar em R$5 mil por pessoa, por vez, a loja flagrada com clientes sem máscaras. Assim, para ficar sozinho no mercado e ainda quebrar o concorrente, é só encher a loja rival com pessoas sem máscara e chamar os fiscais. Doria garante.

Confiança

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que foi o primeiro a decretar medidas de suspensão de aulas e fechamento do comércio, avisou ontem que até agosto tudo estará de volta ao normal na capital do Brasil.

De crachá

O desenrolado presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que desatou o nó do auxílio residencial, caiu nas graças de Jair Bolsonaro. Contaram ao presidente que ele não tira o crachá do pescoço nem para dormir.

Fake news

O decreto de "calamidade pública" do governador do DF, ontem (29), mostrou como se fabrica fake news. O decreto é exigência legal para que governos estaduais se habilitem a recursos do Fundo Nacional para Calamidades Públicas, mas virou uma "confissão" de calamidade.

Frase

"Sou ministro, sou ministro", Carlos Alberto Decotelli demonstra na prática como funciona o autoconvencimento

Prioridades

Principal ministro do governo Jair Bolsonaro, Paulo Guedes (Economia) vai depor na comissão especial da Câmara sobre o covid-19. É o mesmo colegiado que se recusa até mesmo a discutir a volta às aulas.

Transporte

O setor de transporte registrou retração de 21,2% em abril, em relação a 2019, e de 17,8% na comparação com março. É o pior desempenho do setor de transporte, na série histórica do levantamento da CNT.

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