Em carta aberta, senador pede que Davi Alcolumbre entregue "três felicidades ao povo brasileiro"

Leia a opinião de Cláudio Humberto
Cláudio Humberto
Publicado em 09/09/2020 às 6:51
Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) Foto: AGÊNCIA SENADO


Criticado é quem importa

A crítica de Deltan Dallagnol a um senador enrolado em mais de uma dúzia de processos da Lava Jato foi
interpretada no Conselho Nacional do Ministério Público como “ataque ao Senado” e não uma crítica ao
parlamentar. Para o CNMP, a punição de “censura” é justificada porque Dallagnol está em posição cômoda,
com estabilidade, e não deve emitir opiniões políticas. A regra não se aplica aos ataques de ministros do
Supremo Tribunal Federal, servidores estáveis, ao presidente Bolsonaro. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o ministro Marco Aurélio lembrou que críticas de ministros não foram consideradas ataques à Presidência.

Marco Aurélio cobrou postura exemplar do STF, que deve evitar críticas “cáusticas” como a proferida pelo
presidente do TSE, ministro Barroso. Ministros do STF estão na “posição cômoda” de outros servidores, mas
não estão sujeitos a críticas e nem a punição, como Dallagnol. Falar mal do STF pode render ação policial
contra o seu crítico, como ocorreu no inquérito chefiado pelo ministro Alexandre de Moraes.

Apelo contra manobra

O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), que é do grupo “Muda, Senado”, fez um apelo em carta
aberta ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, contra a Proposta de Emenda à Constituição que
permitiria a reeleição do chefe do comando do Legislativo. “A democracia é linda e sua beleza maior está na
alternância do poder,” justificou. O senador, no entanto, não rejeitou a possibilidade de ser favorável à
proposta, caso Alcolumbre consiga entregar “três felicidades ao povo brasileiro”. A primeira condição de
Guimarães é que PEC da reeleição só passaria a valer na próxima legislatura, e não beneficiaria os atuais
presidentes. A votação da PEC da prisão após condenação em segunda instância é a segunda “condição” para a PEC da reeleição ganhar apoio no Senado. O compromisso do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de votar o fim do foro privilegiado é a última “felicidade” sugerida pelo senador.

OAB

O ex-presidente da Fecomercio-RJ, Orlando Diniz, revelou em delação premiada que o atual presidente
nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, pediu dinheiro “em espécie” para sua campanha à reeleição da OAB do
Rio, em 2014. O dinheiro foi viabilizado em um contrato de fachada.

Covid 1

O Brasil registrou mais 41 mil curados da covid, nesta terça, e reduziu o número de pessoas infectadas a
637,3 mil. É o menor número de casos ativos desde 23 de julho, uma redução de 22,2% em relação ao pico.

Ralo

A Câmara dos Deputados, o segundo parlamento mais caro do mundo, tem 9.565 “secretários parlamentares”
com salários de sonho, além dos 1.761 cargos de natureza especial (CNE). Nisso Rodrigo Maia não mexe.

Covid 2

A Índia passou o Brasil, em número de casos de covid, e abriu. Projeções de especialistas apontam que em
dois meses, os infectados indianos vão superar os norteamericanos, atualmente em 6,4 milhões.

Renan

Logo depois de reclamar ter sido prejudicado na eleição a presidente do Senado em 2019, Renan Calheiros
(MDBAL) disse que “em nenhuma hipótese será candidato” no ano que vem. Só não achou quem acredite.

Covid 3

Está cada vez mais difícil relacionar o desrespeito ao isolamento à alta nos casos e há quem diga que o
feriadão será lembrado daqui a 14 dias se a queda continuar. Os flagrantes de aglomeração bateram recordes.

Frase

'A postura do Supremo precisa ser exemplar”, ministro Marco Aurélio Mello (STF) ao criticar posições
‘cáusticas’ dos colegas

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