Não passa de uma manobra marota para tirar de pauta o pornográfico aumento do fundão eleitoral, o "debate" sobre a implantação no Brasil de um regime jabuticaba, o "semipresidencialismo". O tema foi plantado na imprensa por deputados ligados ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), responsáveis pela proposta que tunga R$ 5,7 bilhões do bolso dos brasileiros para financiar suas próprias campanhas eleitorais. Lira até admitiu discutir a ideia, mas implantá-la só depois da eleição de 2026. A mudança de regime nunca foi projeto de Arthur Lira, mas ele não se opôs à cortina de fumaça para fazer o país esquecer o "fundão". Semipresidencialismo era bandeira do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, que sonhava virar primeiro-ministro. Mas não tinha votos para isso. A proposta de Maia, segredada a esta coluna há 18 meses, foi sepultada pelo Centrão de Lira. Exatamente por ser uma bandeira do adversário. "Semipresidencialismo" é lorota. Existe parlamentarismo com presidente protagonista, como na França, nomeando ministros da Defesa e Exterior.
O nome de Augusto Aras foi seriamente considerado pelo presidente Jair Bolsonaro para a vaga de Marco Aurélio no Supremo Tribunal Federal. A questão é que havia várias opções que o agradavam, como o escolhido André Mendonça, e não havia ninguém que ele avaliasse melhor que Aras para a PGR. Até porque, como na primeira indicação, o procurador-geral não deverá enfrentar dificuldades para ser aprovado no Senado. Augusto Aras terá agora um pouco mais de sossego: à medida em que se aproximava o fim do seu mandato, o tiroteio interno se agravava. Grupos políticos que sempre disputam o poder máximo na PGR vinham desenvolvendo uma espécie de "guerra de guerrilha" contra Aras. Bolsonaro ignorou pressão sindicalista por listas tríplices que sempre excluíram outras carreiras do MPU, como MPT, MPDFT, MPM, etc.
Bolsonaro nomeou para o TST ministros tão qualificados quanto ponderados. Amaury Pinto Junior foi desembargador e Alberto Balazeiro, procurador-geral do Trabalho, fortemente apoiado por Augusto Aras.
O vice Hamilton Mourão diz que não sabe se estará na chapa de Bolsonaro. Mas sabe, sim. O presidente até o excluiu do processo decisório há mais de um ano. Mourão tenta se viabilizar ao Senado, no Rio Grande do Sul.
A provável aprovação da PEC 108/19 vai abalar a receita de conselhos, que muitas vezes cobram mensalidades para sustentar projetos políticos. Prevê o fim da obrigatoriedade de filiação a entidades como OAB. Hoje no Brasil cerca de 30 conselhos arrecadam mais de R$ 3 bilhões anuais.
A alegação de troca de celular e "perda" de registros de "pressões" pela Covaxin leva a duas linhas de investigação: os irmãos mentiram ou destruíram conteúdo que os comprometiam. Por isso a Polícia Federal (PF) considera necessário investigar o deputado Luiz Miranda (DEM-DF).
A CPI deveria ficar de olho no bilionário Jeff Bezos. Tem gente achando que ele levou para o espaço, ontem, e deixou por lá, a "gravação-bomba" que comprometeria Bolsonaro no caso da vacina Covaxin.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, pediu "ajuda" José Dirceu para convencer o senador Weverton Rocha (PDT) a desistir da candidatura a governador. Faltou explicar o argumento utilizado pelo ex-presidiário.
Reafirmo meu compromisso de bem e fielmente cumprir a Constituição e as Leis do País" - Augusto Aras após ser informado da recondução à Procuradoria Geral da República