Um dos maiores ralos por onde some dinheiro público está nos planos de saúde nas estatais. É uma farra. O BNDES, banco das caixas pretas, tem 4.219 empregados, mas paga 100% do plano de saúde de 10.034 pessoas, incluindo dependentes. Isso custa escandalosos R$177,3 milhões (valores de 2020), segundo relatório da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), do Ministério da Economia. As estatais de portos também merecem virar caso para Polícia Federal: o País banca até 91% dos seus planos de saúde. Em outras estatais a farra é medonha. Na ECT, pagamos R$1,5 bilhão pelo plano de saúde de funcionários e dependentes, e seus pais e avós. Na Codeba (Cia Docas da Bahia), o País banca 90% do plano de saúde de 1.450 privilegiados (623 funcionários), ao custo de R$17,3 milhões. Na Codesa (Docas do Espírito Santo), pagamos 91% do plano de saúde de 991 pessoas (337 funcionários). A tunga nos leva R$5,6 milhões. Na Codesp (Docas de SP), o povo do SUS gasta R$14,3 milhões com plano de saúde. Na Codern (RN), o privilégio deles custa R$2,5 milhões.
Levantamento do Paraná Pesquisas em Santa Catarina mostra que não tem para ninguém: 52% dos eleitores apoiam a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, contra 24,2% que preferem Lula, do PT. Em 3º lugar, Ciro Gomes (PDT) aparece com 3,5%, seguido do ex-ministro Luiz Mandetta (DEM), que soma 2,8%. Já o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que ganhou notoriedade ao se declarar gay, em recente entrevista na TV, soma 2% das preferências dos vizinhos catarinenses. Na faixa etária dos 25 aos 59 anos, o apoio a Bolsonaro varia de 56,3% a 56,9%, enquanto o petista oscila de 18,4% a 22.3%, na intenção de voto. O apoio a Bolsonaro cai para 40,4% entre jovens de 16 a 24 anos e Lula vai a 29,8%. Entre os mais velhos, acima dos 60 anos, 43,8% a 31,6%. O Paraná Pesquisas entrevistou 1.514 eleitores de 86 municípios de Santa Catarina, entre os dias 15 e 19 de julho.
Bolsonaro surpreendeu os inimigos, que o consideravam "morto", ao definir a divisão do Ministério da Economia, abrindo portas para reforçar sua base de apoio no Congresso. Esqueceram que ele tem a caneta.
Foi difícil, mas Bolsonaro se rendeu à vida como ela é ou à política como o Brasil a entende: partidos políticos querem espaços no governo para apoiá-lo no Congresso. Chamam isso, vá lá, de "governabilidade".
Escândalos de corrupção à parte, o "presidencialismo de coalizão" tem sido a única receita de estabilidade política conhecida no Brasil. Mas não é uma "licença para roubar", como foi entendida nos governos do PT.
Como Bolsonaro, Lula recusava o "presidencialismo de coalizão". Até desautorizou publicamente articulações de José Dirceu, chefe da Casa Civil. Acabou cedendo. Distribuiu cargos ao PMDB, PP e PTB. Os que criticam Bolsonaro elogiaram Lula: "sabedoria política" ou "pragmatismo".
O ministro Tacísio de Freitas (Infraestrutura) comemorou a notícia de que o Brasil registrou a maior arrecadação federal da série histórica (últimos 25 anos). Foram mais de R$881 bilhões, 24,5% a mais que em 2020.
Conselhos profissionais tipo CRM e Crea podem perder 94% de suas receitas, caso o Congresso aprove o fim da cobrança de mensalidades ou anuidades. Só a OAB-SP arrecadou R$304 milhões em 2017.
"Que notícia!", Ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura) comemorando a maior arrecadação em 25 anos.