Os políticos do Congresso apenas aprovarão leis eleitorais que lhes permitam reeleger-se sempre

Foi por isso que os deputados de todas as tendências, da direita à esquerda, ressuscitaram coligações partidárias sem o menor pudor. Leia os destaques de Cláudio Humberto
Cláudio Humberto
Publicado em 13/08/2021 às 6:37
O Congresso e o Executivo adotaram parcialmente as medidas impostas por Rosa Weber para solucionar o impasse das emendas do orçamento secreto Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil


Retrocesso histórico

Só pode esperar uma "coerência" da maioria do Congresso: eles apenas aprovarão leis eleitorais que lhes permitam reeleger-se sempre. Foi por isso que os deputados de todas as tendências, da direita à esquerda, ressuscitaram coligações partidárias sem o menor pudor. E mandaram às favas a própria decisão de reduzir espaço para partidinhos de aluguel que servem para drenar dinheiro público para o bolso dos controladores.

Achando pouco, o Congresso aprovou o frankenstein "federação de partidos", que estende a coligação eleitoral pelo prazo de 4 anos. A "federação" permitirá aos grandes partidos "prender o rabo" dos nanicos que precisaram da aliança para não desaparecerem. Além da decisão atrasada de ressuscitar as coligações, o Congresso desfez sua própria decisão de reforçar a "cláusula de barreira". Os "nanicos" estarão na rachadinha do fundão eleitoral (no caso das coligações) e do fundo partidário (nas federações). Só pensam nisso.

O surpreendente Barros

Já no sexto mandato de deputado federal, o experiente líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), acabou por surpreender a maioria oposicionista na CPI da Pandemia. Isso ficou claro quando os senadores "acusaram o golpe" e simplesmente se recusavam a ouvir o que ele tinha a dizer. Mesmo quando tentou mostrar que o depoimento prestado pelo deputado Luiz Miranda (DEM-DF) à Polícia Federal, sobre seu encontro com o presidente Jair Bolsonaro, foi bem diferente daquele levado à CPI.

Provocação

Barros cometeu o erro de criticar o comportamento dos oposicionistas na CPI, oferecendo-lhes o pretexto que queriam para "crescer".

Desafio

Resta à CPI o desafio de provar suas suspeitas e acusações reiteradas contra Ricardo Barros. Ou será mais um tiro na água.

Cartas na mesa

Após abandonar temas como o risível "gabinete paralelo", a CPI ainda não mostrou prova, nem testemunhal, das alegações contra o deputado.

Tripudiou

Ricardo Barros chegou a agradecer ironicamente o deputado Luiz Miranda por haver explicado, fora da CPI, inclusive à Polícia Federal, o que "realmente ocorreu".

Renovação

A Câmara também aprovou ontem (12) a medida provisória de Bolsonaro que renova alterações nas regras trabalhistas e estende o programa que reduz jornada.

Ocupação

Dois dias após almoçarem, o ministro Alexandre de Moraes (STF) abriu mais um inquérito contra Jair Bolsonaro, e Rodrigo Maia encontrou o que fazer no baixo clero: será o 8º vice-líder da oposição.

Mesma tecla

Média de mortes no menor patamar desde janeiro, média de casos é a menor em 10 meses, mais de 70% dos adultos vacinados e 160 milhões de doses aplicadas, mas o clima é "o pior momento da pandemia".

Carga

Presidente da CNI prevê aumento da tributação total de investimentos de 34% para 39,6% se a reforma do Imposto de Renda for aprovada como está no relatório final.

Frase

"Próximo embate será tão bom quanto o de hoje" - Deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo, sobre sua volta à CPI da Pandemia. 

TAGS
claudio humberto Coluna política
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory