ALÍVIO

Como os empresários dos setores de bares e restaurantes, hotelaria, e lojas de shopping viram as novas medidas de convivência com a pandemia

Representantes de algumas da principais atividades econômicas do estado demonstraram alívio com as medidas de flexibilização que iniciam em abril

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Edilson Vieira

Publicado em 25/03/2021 às 20:41 | Atualizado em 25/03/2021 às 21:37
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Os empresários dos setores de gastronomia, hotelaria e shoppings viram com alívio as medidas anunciadas pelo governador Paulo Câmara em prolongar a quarentena por apenas mais três dias (até o dia 31 deste mês) e permitir o retorno das atividades econômicas a partir do dia 1 de abril, ainda com restrições.

BARES

André Araújo, presidente da associação de bares e restaurantes em Pernambuco (Abrasel-PE), elogiou o novo arranjo das medidas para contenção da pandemia. “Dá um certo alívio porque permite um planejamento das nossas atividades. Percebemos também que existe uma certa habilidade por parte do governo em monitorar e acompanhar a propagação do vírus, o que permite uma certa previsibilidade das ações”. Sobre os horários liberados para o funcionamento dos bares e restaurantes a partir de 1 de abril, André Araújo afirma que o intervalo ficou no limite de uma operação viável. “Mais uma vez os bares serão prejudicados. Os que funcionam a partir das 5 horas tarde não poderão ir além das 20h e nem funcionarão nos finais de semana [o decreto determina horário de funcionamento aos sábados e domingos das 9h às 17h). Ou seja, para esses estabelecimentos funcionarem apenas durante a semana é muito pouco para cobrir os custos de manutenção”.

O presidente da Abrasel-PE espera que a ajuda agora venha do governo federal, com a reedição da Medida Provisória 936 que, no ano passado, permitiu a redução da jornada e do salário dos trabalhadores, além da suspensão do contrato de trabalho, com o governo pagando parte do salário. “Isso para o setor é extremamente importante porque se a gente não pode contar com a receita podemos, pelo menos, atenuar a despesa”, diz Araújo.

SHOPPING

Para Ricardo Galdino, presidente da Associação de Lojistas de Shoppings em Pernambuco (Alshop) havia receio entre os comerciantes de que as restrições mais rígidas iriam continuar pelo mês de abril, mas ele acredita que houve uma conscientização [por parte do governo] e o diálogo e a diplomacia venceram, resultando no atendimento de um antigo pleito do setor, que era a previsibilidade nas ações de controle da pandemia. “Foi bom. Para quem perdeu março, praticamente, saber que haverá reabertura é muito bom”. Galdino observou que os horários de funcionamento liberados pelo governo para as atividades a partir de 1 de abril (das 10h às 20h nos dias de semana e da 9h às 17h nos finais de semana e feriados) não são ideais, mas já representam um recomeço. “É preciso se adaptar a essa nova realidade, e fazer isso funcionar com responsabilidade. É gradativo, não tem jeito. Neste sentido a população pode ajudar muito respeitando os protocolos para que a situação não volte a piorar e um novo fechamento seja necessário”, enfatizou Ricardo Galdino.

HOTÉIS

Para o setor de hotelaria os impactos da reabertura serão menores, observou Eduardo Cavalcanti, presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, em Pernambuco (Abih-PE). “A gente esperava mais flexibilidade, até em razão dos pleitos que fizemos. Para o turismo e a hotelaria seria importante que a circulação nas praias fosse menos restrita, [O governo liberou a prática de esportes individuais] porque o turista quer botar o pé na areia. Se vier um casal ou uma família, eles vão ter que caminhar separados”, disse Eduardo Cavalcanti. O empresário viu como ponto positivo a volta dos bares e restaurantes, que funcionam também como atrativo para os turistas. Mas não apenas por isso. “O desemprego nestes setores está muito elevado. Eles tinham que voltar”, afirmou Cavalcanti.

O Movimento Pró-Pernambuco, que reúne empresários de diversos setores, divulgou nota onde comunica que as medidas anunciadas pelo governador Paulo Câmara correspondem as expectativas do setor produtivo, “principalmente porque atendeu aos nossos anseios pela previsibilidade das medidas restritivas. Vemos nestas medidas equilíbrio e responsabilidade. Desta forma, as empresas podem planejar os próximos passos. Fomos ouvidos verdadeiramente. Cabe agora fazer nosso trabalho e esperamos a cooperação da sociedade para que em 25 de abril evoluamos para um melhor estágio”, diz a nota assinada pelo presidente do movimento, Avelar Loureiro Filho.

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