O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) em Pernambuco acompanhou o padrão nacional e registrou movimento positivo. No estado, o aumento foi de 2,1% entre janeiro e fevereiro, passando de 76,9 para 78,6 pontos. Na comparação anual, com relação a fevereiro de 2021, o ICF-PE cresceu 13,8%. Os índices são mensurados de acordo com a situação das famílias com relação ao ano anterior e as suas expectativas para os próximos seis meses, variando de 0 a 200 pontos, indicando: insatisfação, ou pessimismo, quando abaixo de 100 ponto; satisfação, ou otimismo, quando acima de 100 pontos (o que representa tendência ao aumento do consumo); e indiferença quanto aos próximos meses quando no patamar de 100 pontos.
A Fecomércio-PE analisou os dados locais e para o assessor econômico da Fecomércio-PE, Ademilson Saraiva, embora esse movimento represente um avanço, o ICF-PE continua expressando uma fraca propensão ao consumo nos próximos meses, uma vez que o índice ainda se encontra 21,4 pontos abaixo do patamar de indiferença, que é de 100 pontos. Ademilson Saraiva analisou cada ponto que compõe o índice. Veja baixo:
O componente do ICF-PE que avalia a percepção da população em relação a situação atual do emprego registrou aumento de 3,1% no mês (de 87,5 pontos em janeiro para 90,2 pontos em fevereiro) e de 7,6% na comparação anual (observando-se 83,8 pontos em fevereiro de 2021). Entre janeiro e fevereiro de 2022 houve um aumento de 12% para 14% na proporção de famílias que enxergam mais segurança no emprego atual em relação ao ano anterior.
A percepção que os entrevistados têm atualmente da própria renda em relação ao mesmo momento do ano anterior registrou aumento de 1,2% no mês (de 89,4 pontos em janeiro para 90,4 pontos em fevereiro) e de 8,5% na comparação anual (observando-se 83,4 pontos em fevereiro de 2021). "Esse desempenho foi resultante de aumento no percentual de famílias que percebem uma situação melhor em relação ao ano anterior, de 15,6% em fevereiro de 2021 para 18,8% em fevereiro de 2022", frisou Saraiva.
Sobre o componente que avalia o nível de consumo atual, observou-se um avanço de 61,7 pontos para 63,3 pontos entre janeiro e fevereiro de 2022 (+2,6%). O indicador se encontrava em 48,3 pontos em fevereiro de 2021 (portanto, um aumento de 31,0% na comparação anual).
A proporção de famílias que consideram estar consumindo mais em relação ao nível do ano anterior passou de 11,9% em fevereiro de 2021 para 17,9% em fevereiro do ano corrente. Já a proporção das que consideram estar consumindo menos caiu de 63,6% para 54,6%, na mesma base de comparação anual.
Quanto à perspectiva profissional, houve queda na proporção de famílias que enxergavam com pessimismo o ambiente para melhorias no mercado de trabalho: de 50,6% em fevereiro de 2021 para 46,1% no mês corrente. Ao mesmo tempo, passou de 21,7% para 23,9% as que têm perspectivas positivas sobre o futuro no mercado de trabalho nos próximos meses.
Já sobre a perspectiva de consumo no curto prazo, houve aumento de 10,8% para 14,3% do percentual de famílias que esperam preveem estar consumindo mais nos próximos meses. Ao mesmo tempo, queda de 50,2% para 45,3% no percentual daquelas que esperam consumir menos.