Governo estadual ainda não liberou verba para reforma do prédio que vai abrigar a FOP

Devido a problemas estruturais, prédio da FOP, em Camaragibe, foi interditado. Dois blocos do Itep, no Recife, vão receber provisoriamente turmas da faculdade. Obra começou em janeiro e deve acabar este mês
Margarida Azevedo
Publicado em 06/03/2020 às 10:44
Dois blocos do Itep estão sendo reformados para receber a FOP. Obra começou em janeiro Foto: FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM


Por Margarida Azevedo, da coluna Enem e Educação 

Além de preencher 276 disciplinas que estão sem professores em várias graduações, a reitoria da Universidade de Pernambuco (UPE) tem outro desafio: acomodar os cerca de 800 alunos da Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP). Devido a problemas estruturais, o prédio localizado no bairro de Tabatinga, em Camaragibe, no Grande Recife, foi interditado três meses atrás. Dois blocos do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife, estão sendo adaptados para receber algumas turmas e o setor administrativo. A preocupação da direção da FOP é que o governo estadual não liberou ainda nenhum centavo para pagar a obra, orçada em cerca de R$ 700 mil.

“Foi feita uma licitação emergencial, em dezembro, para a reforma no Itep. O serviço está sendo executado, com previsão de terminar a parte física no fim deste mês. As etapas vêm sendo concluídas, mas não houve ainda repasse de verba por parte do Estado. Espero que isso não atrase os trabalhos porque os alunos já vão perder um mês de aulas”, diz a diretora da FOP, Mônica Pontes. Ela tem a mesma preocupação em relação a outra obra, a reforma de uma clínica, realizada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), em Santo Amaro, área central do Recife, também para atender os alunos da FOP. Lá são mais R$ 300 mil.

Desde a última segunda-feira, quando começou o ano letivo, os estudantes de odontologia estão espalhados em unidades da própria UPE e na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que cedeu espaço, neste semestre, para duas turmas. Os mais prejudicados pela mudança, atualmente, são os alunos dos 8º e 9º períodos, que vão ter as aulas práticas no Itep. Enquanto os prédios não ficam prontos, eles estão apenas tendo aulas teóricas, quando segundo Mônica, são períodos eminentemente práticos. “Não há outra alternativa, infelizmente”, diz Mônica Pontes.

Segundo o reitor da UPE, Pedro Falcão, o R$ 1 milhão (R$ 700 mil da obra do Itep e R$ 300 mil da feita no Huoc) pendente não chegou ainda na conta da universidade. Já passou pela Secretaria de Planejamento, mas falta a Secretaria da Fazenda autorizar o repasse. Em nota, o governo estadual garantiu que “todas as pendências financeiras referente à reforma no Itep, para alocação das atividades da Faculdade de Odontologia, estão sendo resolvidas e serão sanadas dentro dos prazos acordados”.

NOVO PRÉDIO

Os alunos do 3º período estão tendo aulas no câmpus Santo Amaro. Os do 1º e 2º sempre tiveram atividades lá mesmo. As turmas de 4º e 5º período foram para as instalações da UFPE. “Somos gratos à UFPE, que foi sensível ao nosso problema e disponibilizou laboratórios para nossos alunos”, ressalta Mônica Pontes. Já os estudantes dos 7º e 10º períodos estão divididos entre o Procape, no câmpus Santo Amaro, e o Cisam, na Encruzilhada.

“O bom é que estamos mais integrados às demais áreas de saúde. Antes ficávamos muito isolados na FOP”, diz Cecília Vieira, do 7º período. “O ruim é que em algumas aulas práticas formávamos duplas. Como há menos consultórios, estamos em trio”, afirma Kássia Santiago.

A cobrança é pela construção de um prédio definitivo da FOP, orçado em R$ 10 milhões. Em dezembro, o governador Paulo Câmara prometeu que construiria o edifício. Fez um post no Instagram assegurando que o edifício seria feito. Em nota, enviada nesta quinta-feira, o Estado informou que “encontra-se em fase de estudos para captação de recursos para execução da obra.”

Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory