Na última segunda-feira (31), o Governo de Pernambuco permitiu que instituições de ensino superior retomem as atividades presenciais a partir do dia 8 de setembro na Região Metropolitana do Recife, na Zona da Mata, nos municípios de Caruaru, Garanhuns e seus entornos, no Agreste, e na cidade de Petrolina, no Sertão. O anúncio, no entanto, não englobou as escolas, o que indignou donos das instituições particulares. Por isso, a categoria solicitará, nesta quarta-feira (2), uma audiência com o Estado, e pretende entregar um ofício nas mãos de representantes poder estadual nesta quinta-feira (3), durante ato.
Em entrevista ao JC, o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE), José Ricardo Diniz, criticou falta de debate e prioridade sobre a educação.
O ato será realizado na tarde desta quinta na Praça da República, em frente ao Palácio do Campo das Princesas. "Não é um protesto, é muito mais sobre marcar um território para a educação porque, dentro de todas essas discussões, não houve um debate sobre ela", afirmou.
O presidente explica que o sindicato já entrou em contato com o Governo algumas vezes, que foi feita uma audiência com os secretários de saúde e educação, André Longo e Fred Amâncio, respectivamente, mas que não obtiveram respostas depois desta. "Tudo começou em julho, quando mandamos um cronograma de retorno, do qual não tivemos respostas. Enviamos um ofício ao governador solicitando audiência, não houve reposta, mas insistimos e marcamos a audiência. Ele convocou os dois secretários, Longo e Amâncio, e aguardamos, mas só tivemos o silêncio", disse.
Por nota, a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco informou que têm "mantido comunicação constante com o Sinepe-PE e representantes de escolas particulares desde o início do período de suspensão das aulas presenciais, inclusive nesta semana. A pasta destaca também que o plano de retomada das aulas presenciais começou a ser construído em maio com amplo diálogo com diversas instituições do segmento da Educação. A pasta diz ainda que os representantes de escola vêm se reunindo constantemente com o Governo de Pernambuco, que permanece aberto ao diálogo construtivo em benefício dos estudantes da educação básica em nosso Estado, sejam eles de escolas públicas ou privadas."
Diniz elogia a medida estadual em ter liberado aulas presenciais para o ensino superior, mas questiona o por quê o mesmo não foi feito nas escolas. "Quando se traz a escola, traz sempre a questão da saúde. Mas o que dizer das maiores? Das universidades? Qual a diferença de um aluno de 3º ano, prestes a fazer o Enem e o SSA, em janeiro, de 17, 18 anos, para outro que está entrando na universidade? Eles têm praticamente a mesma idade. Queremos entender, queremos uma resposta para isso", cobrou.
Para ele, há uma clara falta de prioridade do Governo com a educação. "O pronunciamento da segunda-feira foi a gota d’água, aí realmente vimos que a educação está em último lugar não é por uma questão de saúde, mas porque não se dá prioridade."
A proposta do Sindicato seria de que as aulas fossem retomadas de forma gradual, como aconteceu em outros setores, como o de cursos livres. Inicialmente, o retorno seria para os alunos do ensino médio e do infantil. Em seguida, viriam os estudantes do ensino fundamental I. Na semana seguinte, seria a vez do ensino fundamental II. De acordo com o diretor executivo do Sinepe, a sugestão é de que, com o retorno, as atividades fiquem 50% presenciais, e 50% remotas.
O presidente argumenta que a educação é a base para que haja um "povo educado que procura preservar a saúde", o que, segundo ele, não está acontecendo". "É só você ver como as pessoas estão nas ruas, nesse retorno. Há um descuido total, vemos as pessoas nos parques e nas praias sem máscaras, sem nenhum cuidado, há aglomerações nos lojões. A situação que a saúde se encontra é proveniente de como a educação está, porque se a gente educa, a saúde anda melhor", defendeu.
No entanto, a Secretaria de Educação esclareceu que a autorização do início da retomada das aulas presenciais nas instituições de Ensino Superior foi dada após o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 analisar os números da pandemia em Pernambuco, levando em consideração também a faixa etária destes estudantes, a grande maioria com mais de 18 anos. "A retomada as aulas presenciais na Educação básica continua sendo uma pauta prioritária, mas que exige cautela no seu processo decisório em respeito aos estudantes, famílias, professores e demais profissionais que atuam na área de Educação. O órgão ressalta que o plano de retomada está diretamente ligado ao monitoramento dos dados pelo Comitê de Enfrentamento à COVID-19 do Estado", afirmou, por nota.
"A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco informa que têm mantido comunicação constante com o SINEPE-PE e representantes de escolas particulares desde o início do período de suspensão das aulas presenciais, inclusive nesta semana. A pasta destaca também que o plano de retomada das aulas presenciais começou a ser construído em maio com amplo diálogo com diversas instituições do segmento da Educação. A pasta diz ainda que os representantes de escola vêm se reunindo constantemente com o Governo de Pernambuco, que permanece aberto ao diálogo construtivo em benefício dos estudantes da educação básica em nosso Estado, sejam eles de escolas públicas ou privadas.
A Secretaria esclarece também que a autorização do início da retomada das aulas presenciais nas instituições de Ensino Superior foi dada após o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 analisar os números da pandemia em Pernambuco, levando em consideração também a faixa etária destes estudantes, a grande maioria com mais de 18 anos. A retomada as aulas presenciais na Educação básica continua sendo uma pauta prioritária, mas que exige cautela no seu processo decisório em respeito aos estudantes, famílias, professores e demais profissionais que atuam na área de Educação. O órgão ressalta que o plano de retomada está diretamente ligado ao monitoramento dos dados pelo Comitê de Enfrentamento à COVID-19 do Estado."
A partir do dia 8 de setembro, instituições de ensino superior de Pernambuco poderão retomar as atividades presenciais. A medida é válida para as faculdades e universidade localizadas nas macrorregiões I e II, além da Geres 8, na cidade de Petrolina, no Sertão do Estado. A Macrorregião compreende a Região Metropolitana do Recife (RMR) e Zona da Mata. Já a II engloba os municípios de Caruaru, Garanhuns e seus entornos, no Agreste.
O anúncio foi feito pelo secretário de Educação e Esportes do Estado, Fred Amâncio, durante coletiva de imprensa online na tarde dessa segunda-feira (31). Segundo o secretário, esse retorno será feito de forma gradual e dividido em 4 etapas. Confira as fases:
- 8 de setembro: 25% da capacidade de alunos
- 14 de setembro: 50% da capacidade de alunos
- 21 de setembro: 75% da capacidade de alunos
- 28 de setembro: 100% da capacidade de alunos