Professores da rede estadual de Pernambuco terão piso salarial de R$ 3.900, um reajuste de 35% em cima do atual valor, R$ 2.866. O aumento é de 1,77% acima do que foi determinado pelo governo federal, que calculou o piso do magistério de R$ 3.845 (33,23% de aumento).
Na prática, significa uma diferença, a mais, de R$ 55 no salário base dos docentes do Estado em relação aos colegas de outras unidades da federação. O anúncio foi feito pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara, na tarde desta sexta-feira (11). O reajuste beneficia 36.124 docentes efetivos e temporários e 33.499 aposentados e pensionistas, segundo ele.
O pagamento do piso, com repercussão do aumento para todos os docentes, e não somente aqueles que estão em início de carreira, era um pleito da categoria e um dos pontos da pauta de negociação entre o governo estadual e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe).
"Nós nos empenhamos incansavelmente em garantir às professoras e aos professores uma remuneração digna e, sobretudo, compatível com a imensa responsabilidade que é a de preparar nossos jovens para uma vida profissional dinâmica e a cada dia mais exigente”, afirmou Paulo Câmara.
Quando foi candidato ao governo de Pernambuco pela primeira vez, em 2014, Paulo Câmara prometeu dobrar o salário dos professores. Naquele ano, o piso salarial do magistério era R$ 1.697,39. Não conseguiu cumprir a promessa na primeira gestão (2015-2018).
Somente agora em 2022, prestes a deixar o governo - está no quarto e último ano da sua segunda gestão, iniciada em 2019 - ele cumpre o prometido. Atualmente, um professor da rede estadual recebe o piso de R$ 2.886,15.
A presidente do Sintepe, Ivete Caetano, comemorou o reajuste salarial. "É uma conquista muito importante para nossa categoria. Lutamos bastante para que o piso nacional fosse reconhecido e pago. E além de ser um índice acima do que estávamos esperando, vai contemplar professores efetivos, temporários e os que estão ativos e aposentados", destacou Ivete.
"O caminho para reconhecer e valorizar o trabalho do professor passa pelo pagamento do piso", complementou a representante do Sintepe.
Prefeitos de todo o País alegam que não têm condições de arcar com o aumento de 33,23% do valor do piso do magistério determinado pelo governo federal.
"Esperamos que a decisão do governo do Estado seja seguida pelos prefeitos de Pernambuco, principalmente da Região Metropolitana. A ação do governador Paulo Câmara deve impactar nos municípios", observou Ivete Caetano.
IMPLEMENTAÇÃO
Segundo a Secretaria de Administração, a "forma de implementação e as respectivas repercussões do anúncio para as carreiras dos profissionais de educação serão definidas de forma democrática e conjunta na mesa específica de negociação composta por representantes do Governo de Pernambuco e do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras em Educação de Pernambuco (Sintepe)".
Portanto, não está definido ainda se o aumento será retroativo ao mês de janeiro. O formato também não ficou acertado: se todos receberão de uma vez ou será escalonado. Esses detalhes, conforme a Secretaria de Administração, vão ser negociados em mesa.
Questionada se o reajuste contempla também os analistas e administrativos, a resposta da Secretaria de Administração é que isso será negociado com o sindicato.