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Com média 98,88, estudante tira maior nota da história do vestibular seriado da UPE

Artur Neves Maia, 17 anos, somou 98,88 pontos no SSA 2. Das 90 questões das provas aplicadas ano passado, ele só errou uma, na disciplina de geografia

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Margarida Azevedo

Publicado em 12/04/2022 às 20:33 | Atualizado em 12/04/2022 às 20:42
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O estudante Artur Neves Maia, 17 anos, obteve a maior nota da história do vestibular seriado da Universidade de Pernambuco (UPE). O Sistema Seriado de Avaliação (SSA) foi implantado em 2008 e avalia o candidato três vezes, ao final de cada série do ensino médio. Com a soma do resultado desses três anos, o vestibulando concorre a vagas de graduação.

Artur está cursando o 3º ano do ensino médio no Colégio Madre de Deus, onde estuda desde pequeno. Ano passado, quando fez o SSA 2, voltado para estudantes do 2º ano, somou 98,88 pontos, a nota histórica. Das 90 questões das provas, ele errou apenas uma, na disciplina de geografia. Antes, a maior média nessa etapa tinha sido 92,22, tirada por jovens nos anos de 2012, 2013 e 2019.

O adolescente já havia se destacado em 2020, no SSA 1, realizado por quem está no 1º ano do ensino médio. Naquele ano - vale ressaltar, o primeiro da pandemia de covid-19, quando a maior parte do ano letivo foi ministrado remotamente - Artur também ocupou o primeiro lugar e com a maior nota de todo o SSA 1, 97,77. O estudante que chegou mais perto foi em 2019, com 95,56. Para chegar a esse resultado, Artur errou só dois dos 90 quesitos, um de biologia e outro de história.

A UPE divulgou o desempenho dos candidatos na última sexta-feira (08). Artur fará o SSA 3, no final deste ano, para disputar uma das 1.740 vagas ofertadas pela universidade no vestibular seriado. Ele não escolheu ainda qual curso pretende concorrer. Está em dúvida entre as áreas de saúde e exatas.

DEDICAÇÃO

Artur diz que o bom resultado se deve a uma combinação de fatores. "Sempre fui dedicado e gosto de estudar. Também sempre tive facilidade para aprender. E vim de uma condição familiar e escolar favorecida", comenta Artur. "Na pandemia, consegui me adaptar bem, me concentrei. Somado a isso, faço muitos exercícios e foco no conteúdo da escola. Não estudo para o vestibular. As minhas notas do SSA foram consequência do que aprendi o ano todo e estudei para as provas do colégio", afirma o estudante.

Ele assegura que não está preocupado em repetir o bom desempenho no SSA 3. "Quando fiz o SSA 2 coloquei na minha cabeça que não teria que repetir a boa nota do SSA 1. Consegui, mas não foquei nisso. Vou fazer de novo agora no SSA 3. Não colocarei pressão contra mim. Se novamente ficar em primeiro lugar, mais uma vez será resultado do meu desempenho no 3º ano", destaca Artur.

No Madre de Deus, o adolescente se destaca entre os melhores alunos desde as séries finais do ensino fundamental. Participou de várias olimpíadas do conhecimento (biologia, física, química, matemática, raciocínio lógico) e sempre com conquista de medalhas.

"A nota de Artur é destoante das demais, quando observamos o histórico do SSA. Ele é de uma geração de bons alunos, mas o seu desempenho é muito superior. Não é semelhante ao de ninguém. É um cara que promete", comenta o professor Fernando Beltrão, que leciona para vestibulandos há mais de 30 anos e nem conhece Artur. "O Brasil precisa de prêmios nobel e gente assim como Artur promete".

ROTINA

Artur não tem quantidade de horas certas para estudar diariamente. Vai pra escola de manhã e lá fica também à tarde durante alguns dias. Pratica volei e faz cursinho particular de linguagens e redação.

"Faço meu planejamento de estudos de acordo com a necessidade. Não especifico tempo de estudo. Vejo o assunto. Começo lendo a teoria no livro, depois faço um resumo. Em seguida, respondo exercícios", explica Artur. As matérias que envolvem cálculos e biologia estão entre as suas preferidas, mas também gosta de humanas. "Tenho mais dificuldade em português", conta o adolescente que gosta muito de ler.

Apesar da boa trajetória no SSA, ele pretende tentar vestibular em São Paulo, para a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Campinas (Unicamp). Pensa em participar de processos seletivos de universidades estrangeiras, em especial nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Holanda.

O apoio dos pais e do irmão caçula, segundo Artur, é importante para manter a tranquilidade. "Eles não me pressionam, ao contrário, sempre me apoiam. Percebo, com outros colegas, que quando os pais ficam cobrando é pior, principalmente agora que estamos no 3º ano", diz Artur. "Ser um bom aluno a vida toda faz diferença. Espero conseguir aprovação no curso que escolher."

 

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