Ampliação de recursos financeiros, construção de novos prédios, fortalecimento da assistência estudantil, requalificação da estrutura física, novo modelo de gestão e implementação do novo plano de cargos para servidores técnico administrativos.
Esses serão alguns dos desafios que a dupla de professores Socorro Cavalcanti e José Roberto Cavalcanti terá pela frente no comando da Universidade de Pernambuco (UPE). Eles tomam posse nesta quarta-feira (11) como reitor e vice-reitor da UPE, respectivamente, para o quadriênio 2023-2026.
Está programado que a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, participará da cerimônia de posse, marcada para 19h, no auditório Ênio Cantarelli, no Procape, uma das unidades hospitalares da UPE que fica no bairro de Santo Amaro, área central do Recife.
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A comunidade acadêmica da UPE tem quase 29 mil pessoas: são 22.600 estudantes (graduação, pós, residência e EAD) e 5.800 servidores, entre docentes e técnicos.
A UPE possui câmpus em nove cidades do Estado: na capital, Nazaré da Mata, Palmares, Garanhuns, Caruaru, Arcoverde, Petrolina, Salgueiro e Serra Talhada.
A partir deste ano vai chegar também a Surubim e Ouricuri, portanto uma das tarefas da nova gestão será a implementação dessas novas unidades acadêmicas. Melhorar a estrutura física dos câmpus já existentes é outra ação urgente.
Entre as promessas da governadora, quando apresentou suas propostas ainda na campanha eleitoral, estava: "promover o fortalecimento da UPE em suas diversas unidades de ensino, distribuídas por todo o Estado, atualizando a oferta de cursos e aumentando a proporção de doutores do corpo docente em efetivo exercício."
CONSTRUÇÃO DE PRÉDIOS
Socorro Cavalcanti já atua como reitora da UPE desde abril do ano passado, quando o reitor à epoca, Pedro Falcão, deixou o cargo para concorrer, nas eleições, a uma vaga de deputado estadual. Com a saída dele, Socorro, que era vice-reitora, assumiu a reitoria.
Antes, entre 2015 e 2018, também tinha sido vice-reitora com Pedro Falcão como reitor. Tem, portanto, bastante conhecimento da realidade da única instituição estadual de ensino superior pública de Pernambuco.
"Um dos nossos desafios será a construção do prédio da Faculdade de Odontologia, a FOP. Também dos prédios de Palmares e de Caruaru", diz Socorro. O projeto é acomodar a FOP no câmpus Santo Amaro.
A faculdade funcionava em Camaragibe, no Grande Recife, mas foi desativada em dezembro de 2019 porque o prédio tinha riscos estruturais. Desde então, os alunos do curso de odontologia assistem às aulas em três locais diferentes no Recife: o Itep, na Cidade Universitária; o Cisam, na Encruzilhada; e Huoc, em Santo Amaro.
Para construir o câmpus em Palmares, segundo Socorro Cavalcanti, será preciso concluir a negociação para doação de um terreno da Secretaria Estadual de Educação.
Em Caruaru, a obra está mais perto de virar realidade pois a licitação terminou, restando agora a ordem de serviço. O câmpus de Caruaru foi criado em 2005 e o de Palmares em 2013. Ambos ainda não têm sede própria.
MAIS RECURSOS
Outra questão urgente da UPE é receber mais recursos do governo estadual. "É preciso um incremento do orçamento. Todo ano oscila muito. Necessitamos de estabilidade no orçamento para viabilizar ensino, pesquisa, extensão, assistência estudantil e assistência à saúde", destaca Socorro. A UPE ganhou cerca de R$ 85,8 milhões ano passado para investimento e manutenção (não entram despesas com as unidades de saúde e pagamento de pessoal).
A reitoria diz que ainda durante a campanha eleitoral, ano passado, entregou a todos os candidatos ao governo de Pernambuco um plano de ação detalhando as ações mais urgentes para a UPE. "Foi um documento que produzimos depois de ouvir toda a comunidade acadêmica", explica Socorro, que só teve contato com Raquel Lyra justamente quando houve a entrega desse material.
CARGOS E CARREIRAS
A UPE realizou concurso público para docentes ano passado. Já houve a homologação, falta agora a governadora convocar os 185 professores aprovados. "Esperamos que essa convocação seja logo pois precisamos desses professores", afirma Socorro.
A reitora destaca ainda a necessidade de alterar a lei que cria novos cargos na UPE. "A universidade cresceu. Precisamos de alguns profissionais como webdesign, físico hospitalar e médico veterinário, por exemplo, que não estão previstos na atual lei. Por isso a revisão dela", explica Socorro.
Outra demanda é a implantação do novo Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos para cerca de 4.500 servidores técnicos administrativos de níveis médio e superior.
"Já houve a discussão com a Secretaria de Administração. Os técnicos pedem isonomia com as mesmas categorias do Estado. A rotatividade na UPE é grande, principalmente para cargos de direito e da área tecnológica. A questão salarial pesa muito nessas saídas, por isso o novo PCCV é importante", comenta Socorro.
Ainda no âmbito das carreiras, ela vai pleitear, junto ao governo estadual, a criação dos cargos de professor titular de carreira e professor substituto.
A reitora planeja implementar um novo modelo de gestão. Ela completa 63 anos justamente nesta quarta-feira. É professora de bioquímica da UPE desde 1992, portanto há 30 anos. "Ainda dou aula na graduação e pós para os cursos de saúde. Não abro mão da sala de aula pois é quando temos contato com quem está na ponta, o aluno", afirma Socorro.
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