Rejeitada, em assembleia realizada nessa terça-feira (9), a proposta do governo Raquel Lyra (PSDB) para aplicar o reajuste do piso salarial aos professores da rede estadual de ensino contempla apenas poucos profissionais, segundo o sindicato da classe em Pernambuco, o Sintepe. Sem acordo na negociação, os professores prometem novas paralisações e atos nas escolas do Estado, com calendário previsto já para este mês de maio.
Leia nesta matéria:
- Qual a proposta do governo Raquel Lyra para os professores
- Paralisação nas escolas de Pernambuco
- O que diz o governo do Estado
Os professores do Estado cobram do governo a aplicação do reajuste de 14,95% para toda a categoria, independentemente da faxia salarial. O gestão estadual, por sua vez, tem seguido o modelo que alguns estados e municípios têm adotado, aplicando o indicador apenas àqueles que recebem a base salarial, e reduzidndo os percentuais de reajuste àqueles que já recebem salários maiores.
Qual a proposta do governo Raquel Lyra para os professores
De acordo com o Sintepe, na mesa de negociação, o governo do Estado propôs pagar o reajuste do Piso Salarial do Magistério apenas para os professores que estão abaixo do valor estipulado para 2023, que é de R$ 4.420,50.
Esta proposta contempla 6.281 mil professores/as efetivos/as e CTDs, deixando de fora mais de 52 mil professores/as efetivos/as, aposentados/as, administrativos/as e analistas, segundo o sindicato.
"A proposta também implode o plano de cargos e carreiras, pois terão os mesmos vencimentos os professores/as que têm formação em Magistério, Licenciatura Plena e Especialização", alega o Sintepe.
"O governo do Estado quer dividir a categoria. A atual proposta prevê enviar para a Assembleia Legislativa um projeto de lei apenas com a proposta de reajuste do Piso para quem está abaixo dele. As negociações em torno do restante da categoria com a repercussão na carreira somente seriam discutidas em junho", critica em nota o Sintepe.
Paralisação nas escolas de Pernambuco
Diante do entrave com o governo, os professores, que já realizaram paralisações nos últimos dias oito e nove de maio, já prmoetem novos dias de suspensão das atividades.
De acordo com o cronorgama do Sintepe, estão previstas paralisações na rede estadual, nas escolas e locais de trabalho, a partir das 13h (escolas do programa integral) e após o intervalo no caso das escolas regulares.
Atos públicos também estão sendo convocados pela categoria para os dias 16 e 24 de maio. No dia 16/05, às 16h, no bairro do Derby. No dia 24/05, será às 16h no cruzamento da Avenida Guararapes com a Rua do Sol, no Bairro de Santo Antônio.
O sindicato também prevê reforço das ações midiáticas, além de uma barqueata no rio Capibaribe.
O que diz o governo do Estado
Por meio da secretaria de Administração, o governo do Estado informa que mantém um diálogo aberto com os sindicatos de todas as categorias. A SAD comunica, ainda, que segue em negociação com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco.
Já a Secretaria de Educação e Esportes (SEE) informa que aproximadamente 31% das escolas públicas estaduais aderiram totalmente à última paralisação reazalida pelos professores, na terça-feira (9).
A SEE esclarece que as unidades de ensino que deixaram de funcionar em decorrência do ato receberão orientações para a realização da reposição das aulas, a fim de garantir o cumprimento do calendário letivo.
Atualmente, a Rede Estadual de Ensino conta com 1.056 escolas e atende 519.229 estudantes na educação básica.