A Lei Áurea aboliu a escravidão no Brasil no dia 13 de maio de 1888, assinada pela princesa Isabel. Na ocasião, cerca de 700 mil escravos foram libertados.
A abolição da escravatura foi conquistada através da luta dos movimentos abolicionistas pela sociedade civil, entre 1870 e 1880.
Porém, alguns movimentos não consideram este dia como algo a se celebrar, devido às consequências deixadas pela escravidão em todo o país.
Em entrevista para o UOL, o coordenador do Instituto Camino e historiador Leo Bento fala sobre como a data foi construída através da exploração do povo negro, dando os créditos da conquista para a princesa Isabel.
O historiador reforça que o fim da escravidão não foi apenas consequência da Lei Áurea, mas só aconteceu devido à luta de movimentos de resistência.
Para Leo Bento, é necessário que os espaços escolares e educacionais desenvolvam uma educação antirracista que não esteja apenas ligada às datas comemorativas, mas sim um ensino cotidiano contra o racismo.
Que racismo existe no Brasil, isso é indiscutível:
COMO ADERIR ÀS PRATICAS ANTIRRACISTAS?
Para o historiador, esses ambientes educacionais devem aderir a práticas, fomentar debates e engajar projetos que combatam o racismo.
Segundo Leo, o racismo é algo estrutural, e devemos reconhecer sua existência, perceber os impactos causados na população e entender que os educadores podem contribuir para a compreensão da dimensão do racismo na sociedade.
"É importante criar uma gestão que envolva toda comunidade escolar, inclusive trazer as famílias para este diálogo", ressalta Léo Bento.