Após a realização de uma Assembleia Geral Extraordinária, nesta segunda-feira (24), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) anunciou suspensão da greve que teria inicia nesta terça-feira (25).
A decisão foi tomada em decorrência da decisão liminar do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) concedida ao Governo do Estado, impondo multa de R$ 50 mil a R$ 1 milhão e possibilidade de desconto nos salários dos trabalhadores em educação que aderirem à greve.
O Sintepe informou que vai contestar a decisão judicial no processo e solicitar ao TJPE que faça a intermediação entre sindicato e o Governo Raquel Lyra. Ainda nesta semana, eles também vão protocolar no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) uma ação em defesa do Plano de Cargos e Carreiras da Educação.
"Essa ofensiva contra os trabalhadores e as trabalhadoras em educação revela o caráter autoritário e sem diálogo do Governo do Estado na relação com a categoria e compromete o direito à educação e à valorização profissional", disse Ivete Caetano, presidenta do Sintepe.
"Em mais uma ofensiva contra a educação, a pedido da PGE (Procuradoria Geral do Estado), hoje (24) à tarde haverá uma audiência no TJPE para julgamento da greve pela vida (2020), com ameaça de multa impagável, mais um movimento do Governo do Estado para estrangular a ação sindical reveladora dos desmandos desse governo", disse Ivete.
O Sindicato também afirmou que vai "recrudescer a luta com mobilizações e ações articuladas com a comunidade escolar e os estudantes".
Na assembleia virtual realizada no dia 5 de julho, os professores e demais trabalhadores em educação, que já estavam em estado de greve, votaram pela paralisação total das atividades da rede pública estadual. Por causa do recesso escolar, a deflagração da greve ocorreria dia 25 de julho, data em que as escolas retomariam o seu funcionamento normal.
A categoria alega que falta de diálogo por parte da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, com relação as demandas de valorização profissional que estão sendo colocadas na mesa de negociação.
O Governo do Estado aplicou o reajuste de 14,95% do piso dos professores para 28 mil profissionais, deixando sem qualquer aumento cerca de 52 mil trabalhadores, ativos e inativos. Uma nova mesa de negociação deverá ser realizada em agosto.
A rede estadual de ensino tem 1.059 escolas, cerca de 534 mil alunos e 35 mil professores, entre efetivos e temporários.