Estudantes pernambucanos apresentam projetos de tecnologia em evento gratuito no Rio
O evento reúne estudantes do NAVE de Pernambuco e do Rio de Janeiro com apresentação de projetos inspirados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU
Publicado em 04/10/2023 às 12:12
| Atualizado em 04/10/2023 às 18:59
Os estudantes do terceiro ano da Escola Técnica Estadual (ETE) Cícero Dias - NAVE Recife, Allana Silva Gadêlha, Emyle Celeste e Lauan Gonçalves, estão representando Pernambuco na primeira edição do Decola. Eles vão apresentar dois jogos e um aplicativo inspirados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
O evento, que está sendo realizado nesta quarta-feira (4), na Biblioteca Parque Estadual, região central do Rio de Janeiro, reúne estudantes do NAVE de Pernambuco e do Rio de Janeiro com apresentação de projetos voltados para tecnologia.
De acordo com a Secretaria de Educação e Esportes (SEE), a estudante Allana Gadêlha vai apresentar o aplicativo “Clepher”, que ajuda familiares de pessoas idosas a acompanharem a saúde dos parentes de forma mais eficaz. Isso é possibilitado através de um software acessível. Ela, inclusive, é finalista da Olimpíada Nacional de Aplicativos (ONDA).
Já a aluna Emyle Celeste mostra o jogo 3d “Living Land”. Nele, um boto cor de rosa recebe a missão de salvar a sua espécie da extinção e, assim, mudar o mundo. O objetivo do game é priorizar dois objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU): proteger a vida na água e defender a vida terrestre.
O estudante Lauan Gonçalves exibe o jogo “Encurralada”, no qual a protagonista sofre um trauma, acorda sem memória e precisa fugir de um local desconhecido. Os jogadores têm a missão de ajudar a personagem a fugir de um ambiente de relacionamento abusivo, já que é descoberto que ela foi sequestrada pelo próprio marido.
O Clepher foi desenvolvido a partir de uma pesquisa de campo feita pelos alunos do NAVE do Recife por meio de formulários distribuídos à população. Entre outras funcionalidades, o Clepher permite, por exemplo, verificar a distância a agenda do idoso, se ele tomou o remédio na hora certa, se tem consulta médica, como estão sua pressão e batimentos cardíacos.
O aplicativo tem dois perfis de acesso, sendo um para o familiar e outro para o idoso. A diferença, conforme Allana explicou à Agência Brasil, é que no perfil do idoso há um botão de emergência. "Basta ele clicar que liga com a emergência mais próxima", destacou a estudante. Allana Silvia está no NAVE Recife desde 2021 e pretende fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano para concorrer a uma vaga do curso de design, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
APLICATIVO LIFE FIT
O NAVE Rio de Janeiro estará representado no Decola, entre outros projetos, pelo aplicativo Life Fit, cuja função é monitorar todos os alimentos ingeridos por uma pessoa durante o dia. Um dos integrantes da equipe, formada por dois programadores e dois designers, Samuel Araújo, informou que o projeto, embora ainda não esteja 100% desenvolvido, "tem um protótipo ótimo".
A partir do perfil criado pelo usuário, com suas características e objetivos, o aplicativo pode criar uma dieta voltada ao que se pretende atingir, como emagrecimento, recomposição corporal ou ganho de massa muscular. "Por lá, você já vai ter uma dieta baseada nisso", destacou Samuel. A ideia da equipe, no futuro, é interligar o Life Fit a alguma clínica de nutricionistas. "Digamos que um nutricionista passe uma dieta restrita para uma pessoa. Ela pode usar o aplicativo para monitorar a sua dieta e o mesmo acontece com o nutricionista. Pode ser utilizado pelos dois."
Falta agora montar o banco de dados, ou biblioteca de alimentos, que vai exigir mais tempo da equipe, uma vez que terão de ser colocadas as variações dos alimentos, apontou Samuel Araújo. O aplicativo terá uma aba para que a própria pessoa que o utilizar coloque itens adicionais na lista. Samuel pretende fazer o Enem em 2024 para nutrição ou educação física. "Meu interesse real é em nutrição esportiva", disse.
NAVE
O NAVE é um programa de ensino do Instituto Oi Futuro, existente há 17 anos, e realizado em parceria com as secretarias de Estado de Educação do Rio de Janeiro e de Pernambuco, visando a uma formação integrada profissionalizante ao ensino médio.
"A gente forma jovens para a economia criativa e digital. A gente está falando de programadores de games digitais, de aplicativos, de soluções audiovisuais, animação. E por aí vai", disse a gerente de Educação, Inovação Social e Comunicação do Oi Futuro, Aline Almeida.
PRIMEIRA EDIÇÃO DO DECOLA
O Decola é uma extensão desse programa, uma vez que busca conectar esses jovens, que já estão concluindo seu ciclo de formação, ou já estão recém-formados, com o mercado de trabalho.
"A ideia é ter, em um dia inteiro, esse grande encontro de jovens quase formados, que estão desenvolvendo seus projetos e já pensam em propor soluções para o mercado, com profissionais que são feras nessa área de atuação, para que se conheçam e dialoguem entre si. Esse é o grande propósito do Decola: fazer essa conexão, essa troca mediada entre esses dois extremos, ou lados", disse Aline.
A formação oferecida pelo NAVE se propõe a ser diferenciada. Isso porque, no programa, os jovens são formados tecnicamente em diversas áreas da indústria criativa e digital, mas, também, desenvolvem habilidades e competências que os preparam para esse novo mercado de trabalho e para essas novas configurações e realidades.
O índice de empregabilidade para os jovens formados pelo programa alcança 86%, disse Aline Almeida. O restante decidiu investir na continuidade dos seus estudos. Segundo ela, 93% dos jovens formados no NAVE cursam, ou cursaram, universidades, em sua maioria públicas.
A primeira edição do Decola se estenderá até as 16h. A entrada é gratuita, mas os interessados devem retirar os ingressos neste link, onde a programação poderá também ser acessada.
A programação conta com oficinas práticas com especialistas, rodas de conversa com profissionais do mercado de trabalho, palestras e exposição de 12 projetos desenvolvidos por estudantes do NAVE.